Folha de S. Paulo


Novo dono do Maracanã será definido na próxima semana

O novo dono do Maracanã deverá ser anunciado na próxima semana. Detentora de 95% do consórcio que administra o estádio, a Odebrecht negocia diretamente com as duas empresas habilitadas pela Secretaria da Casa Civil do Governo do Estado do Rio.

Na quinta-feira (9), executivos da empresa se reuniram com os representantes da Lagardère. Nesta sexta (10), a Odebrecht ouvirá a proposta da GL Events.

O governo do Rio homologou na quarta (8) as duas companhias francesas como aptas para administrar o estádio. A Odebrecht espera receber cerca de R$ 60 milhões para repassar a sua participação na gestão do estádio.

A GL Events deve se associar aos grupos CSM e a Amsterdam Arena no negócio. O Flamengo também manifestou interesse em trabalhar com a empresa em caso de vitória na concorrência.

Já a Lagardère, empresa francesa que comanda mais de 60 arenas pelo mundo, tocaria o estádio sozinha.

A Odebrecht voltou a administrar o Maracanã no mês passado após uma decisão judicial obtida pela Procuradoria Geral do Estado. A empresa já estava fora da operação desde o ano passado.
Com a segurança reduzida, o local foi alvo de roubos. Peças históricas, como o busto do jornalista Mário Filho, que dá nome ao estádio, foram furtadas de uma área interna, em janeiro.

OBRA DE 1,2 BILHÃO

Em 2013, consórcio liderado pela Odebrecht venceu a licitação para administrar o Maracanã por 35 anos.

Na época,a Odebrecht tinha 90%. A AEG e a IMX, de Eike Batista, ficavam, respectivamente, com 5 %.

O grupo teria que pagar R$ 5,5 milhões por ano, o que não aconteceu desde então.

O consórcio alega que a operação do estádio foi inviabilizada pela proibição da derrubada do Parque Aquático Julio de Lamare e da pista de atletismo que fazem parte do complexo esportivo, anunciadas pelo governo após a conclusão da licitação.

A Lagardère ficou em segundo lugar na disputa pela licitação. A empresa estava associada com a OAS e a Amsterdam Arena.

Antes de ganhar a concorrência para administrar o estádio, a Odebrecht participou da reforma do Maracanã.

A construtora fez a obra junto com a Andrade Gutierrez. Para modernizar a arena, que recebeu a final da Copa do Mundo de 2014, o Estado do Rio pagou cerca de R$ 1,2 bilhão às duas empreiteiras.
Em junho, executivos da Odebrecht afirmaram a procuradores da Lava Jato, em tratativas para negociar sua delação premiada, que o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) cobrou propina na reforma do Maracanã.

Preso desde janeiro, Cabral nega irregularidades.


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