Folha de S. Paulo


Com times mistos, Corinthians e São Paulo fazem 1º clássico do ano

Ag. Corinthians/Rivaldo Gomes/Folhapress
André está confirmado como titular no Corinthians; Calleri pode ser poupado no São Paulo
André está confirmado como titular no Corinthians; Calleri pode ser poupado no São Paulo

Como tem ocorrido nos últimos anos em que grandes paulistas participam da Libertadores, o torneio sul-americano volta a abafar o Campeonato Estadual.

É sob essa sombra que acontece o primeiro clássico do Paulista deste ano, entre Corinthians e São Paulo neste domingo (14), às 17h, no Itaquerão.

Como o Corinthians enfrenta o chileno Cobresal e o São Paulo joga contra o boliviano The Strongest, ambos na quarta (17), os técnicos vão levar a campo vários atletas reservas.

Quanto o clássico, apelidado de Majestoso, perde em grandiosidade diante dessa decisão dos treinadores?

Para ex-ídolos dos dois times, a partida mostra uma relevância menor, mas há, sim, pontos positivos.

"É ruim porque tira um pouco da expressão do clássico. Por outro lado, é importante para o jogador e para que o técnico saiba com quem pode contar", afirma Zé Maria, que jogou pelo Corinthians nos anos 70 e 80 e é considerado um dos maiores laterais da história do time.

Oscar Bernardi, ex-zagueiro da seleção brasileira e do São Paulo, que se destacou ao longo da década de 80, avalia o jogo de forma semelhante a Zé Maria.

"Hoje pode ser um time misto, mas amanhã não se sabe... Alguém do misto pode virar titular. É relativo".

O ex-volante Biro-Biro, um dos grandes nomes da Democracia Corintiana, acredita que um jogo como este é chance para o técnico observar atletas menos utilizados.

"Em um começo de Paulista, com jogadores voltando de férias e jogando toda quarta e domingo, ocorre desgaste. É válido testar todos, inclusive aqueles que a gente acha que são reservas. Tem aqueles que entram e viram titulares", afirma.

Destaque do futebol brasileiro nos anos 80, assim como Biro-Biro, embora identificado com o São Paulo, que defendeu entre 1983 e 1987, o ex-atacante Careca diz entender o desapontamento das torcidas diante dos times mistos. Mas ele crê que a decisão dos técnicos seja compreensível. "Ao longo da temporada, o time tem que construir uma estrutura."

Editoria de Arte/Folhapress
Ficha jogo Corinthians X São Paulo - Domingo, dia 14 de fevereiro de 2016 - 14/02/2016
Ficha jogo Corinthians X São Paulo - Domingo, dia 14 de fevereiro de 2016 - 14/02/2016

EM DEFESA DO CLÁSSICO

Curiosamente o Estadual tem sido pensado pela FPF (Federação Paulista de Futebol) justamente para valorizar os clássicos.

Em 2014, após pedidos dos clubes por mais tempo de pré-temporada, a FPF reduziu o número de datas do Paulista de 23 para 19. Mas para manter o número de clássicos (o principal atrativo da primeira fase), a FPF implantou forma de disputa questionável.

As 20 equipes são divididas em quatro grupos. Com 15 rodadas reservadas para a primeira fase, os times da mesma chave só enfrentam as equipes dos outros grupos. Os quatro grandes são cabeças de chave, garantindo assim confrontos entre si. Duas equipes de cada grupo se classificam para as quartas.

Porém, logo no primeiro clássico da competição, Corinthians e São Paulo entrarão com times mistos, com a cabeça na Libertadores.

Em nota enviada à reportagem, a FPF diz que a tabela do Paulista "foi divulgada no dia 1º de dezembro de 2015, 60 dias antes do início do campeonato, como prevê o Estatuto do Torcedor".

E completa: "Na ocasião, ainda não havia definição completa das vagas da Libertadores, cuja tabela foi divulgada pela Conmebol no dia 5 de janeiro de 2016, inviabilizando, portanto, adequação dos clássicos paulistas aos jogos da Libertadores".


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