Folha de S. Paulo


Suspenso por oito anos, Blatter diz que agora só pretende defender sua honra

Suspenso por oito anos de qualquer atividade relacionada ao futebol pelo Comitê de Ética da Fifa, o suíço Joseph Blatter, 79, afirmou que agora luta apenas por sua honra.

Presidente da entidade desde 1998, Blatter foi suspenso no último dia 21 em razão do pagamento de € 1,8 milhão (R$ 8,3 milhões) em 2011 a Platini.

O ex-jogador francês e presidente afastado da UEFA também recebeu a mesma pena e não poderá concorrer a eleição da Fifa em fevereiro. Os dois dirigentes afirmam que o pagamento do valor ocorreu como remuneração de um trabalho de Platini prestado à Fifa em 1998. Não há, porém, contrato escrito entre a entidade e o dirigente francês.

"Eu já não defendo mais a Fifa. A entidade não conta mais comigo. Eu só pretendo defender a mim e a minha honra", disse o suíço em entrevista à revista alemã "Bunte".

Na entrevista, ele afirmou novamente que vai recorrer da punição. Os dois dirigentes podem recorrer da condenação de oito anos ao Comitê de Apelação da Fifa e depois, eventualmente, ao CAS (Corte Arbitral do Esporte). 

"Isso não condiz com minha filosofia de vida. Estas falsas acusações me deram nova energia. Depois do Natal, eu vou começar a me defender".

FILHA DE BLATTER

A filha de Blatter, Corinne Blatter (54), afirmou que está bastante preocupada com a saúde de seu pai. Segundo ela, o sistema imunológico dele estava "completamente destruído" em novembro.

Na época, o dirigente não deu muitos detalhes, mas afirmou que esteve "perto da morte, mas os anjos cantaram mais alto" após ficar alguns dias internado.

Para Corinne, a decisão da Fifa de suspender Blatter e Platini do futebol por oito anos foi desproporcional. "Eles não mataram ninguém. A decisão se assemelha a uma pena por homicídio culposo", disse.

Ela ainda afirmou que Blatter havia recebido ameaças anônimas de morte, que seriam encaminhadas à polícia. "Essas pessoas não têm coragem para assinar seus nomes", completou.

Cronologia do escândalo de corrupção na Fifa - Editoria de arte/Folhapress


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