Apesar de empolgado com a inédita classificação da equipe masculina brasileira de ginástica para os Jogos do Rio, Arthur Zanetti, 25, disse nesta quinta-feira (17) que uma medalha coletiva "é praticamente impossível".
O time nacional, do qual Zanetti é o líder, obteve a vaga olímpica no Mundial de Glasgow, em outubro. "Ir à final já será um bom resultado", comentou o ginasta, que foi sabatinado na sede da Folha pelos repórteres Marcel Rizzo e Paulo Roberto Conde.
Tido como uma das principais esperanças de medalha do país nos Jogos, Zanetti descartou favoritismo para a prova das argolas no Rio.
Ele defenderá o ouro conquistado em Londres-2012.
| Adriano Vizoni/Folhapress | ||
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| Arthur Zanetti durante a sabatina olímpica na Folha |
Em Glasgow, o brasileiro acabou surpreendido e ficou fora da final. Indagado a respeito, ele contou que não participar da decisão o fez observar seus principais rivais e pensar em adaptações na execução de suas séries.
Sua marca nos últimos anos tem sido a regularidade. Além do feito em Londres, Zanetti também foi campeão no aparelho no Mundial de 2013, na Bélgica, e no Pan de Toronto, em julho passado.
Descontraído, o ginasta afirmou estar mais completo para esta Olimpíada, reflexos do "7 a 1" na Rio-2016 e seu projetos de expansão da ginástica pelo Brasil.
| Adriano Vizoni/Folhapress | ||
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| O campeão olímpico e mundial Arthur Zanetti, da ginastica, durante Sabatina na Folha. |
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O ANO DE 2015
"Este ano foi excelente para a ginástica masculina. Pela primeira vez conseguimos uma vaga para as Olimpíadas. Foi incrível tanto pessoalmente como em equipe. Esse tem sido nosso pensamento e objetivo há quase dois anos. [Por priorizar a equipe] o treinamento mudou um pouco, pelo fato de, em equipe, eu fazer solo e salto. Não vou dizer que deixei de treinar argolas, mas tive que treinar os ouros aparelhos também. Tudo em prol da equipe."
MEDALHA EM EQUIPE NO RIO
"Não achamos possível conseguir a medalha em equipe. Nem é cogitado. Uma final sim, mas medalha é praticamente impossível neste momento na equipe brasileira."
PRESSÃO POR MEDALHA
"Não tem uma pressão, e sim um objetivo. O objetivo é repassado para os atletas. Todos querem participar e fazer parte do quadro de medalhas. Tem a cobrança, mas nem tanto da parte externa, e sim do atleta. O atleta é quem se põe pressão. Eu não me considero favorito. Numa competição desse nível não existe isso. Um errinho tira pontos e você perde o pódio. Queremos trazer um bom resultado, mas não podemos garantir nada."
FATOR CASA
"Disputar os Jogos Olímpicos em casa põe pressão em cima dos árbitros e uma pressão boa em cima dos atletas. Pode ajudar bastante. Mas tenho que fazer minha parte. Não adianta nada ter o chamado fator casa e não ir bem."
REFLEXOS DO 7 A 1
"A população sempre quer o melhor resultado. Como houve aquilo na Copa vão querer o sucesso nas Olimpíadas. Passo na rua e ouço me pedirem o ouro. Não é tão simples. Mas acredito que o povo brasileiro vai cobrar."
VERSÃO 2012 x 2016
"Acredito que só tive evolução nesses anos. A parte técnica, sim, mas acredito que o que mais mudou foi a mentalidade. Saber lidar com uma competição, como se impor dentro de uma competição."
NOVOS ZANETTIS
"Estamos fazendo vários pólos para fomentar a ginástica pelo Brasil. O Guga, por exemplo, lançou um projeto depois que parou. Nós estamos fazendo simultaneamente, para a criança olhar na televisão e ver que eu ainda estou competindo. A ideia é aumentar o número de praticantes no Brasil e quero facilitar para quem está iniciando. Se tiver força de vontade, talvez possa vir a ser um grande ginasta. É maravilhoso ver uma a criança subindo nos aparelhos, testando, tirando a curiosidade."
