Folha de S. Paulo


Vamos dar trabalho no Mundial, dizem brasileiros do time de Felipão

Robinho, ex-Santos, Paulinho, ex-Corinthians, Ricardo Goulart, ex-Cruzeiro, e Elkeson, ex-Botafogo, são alguns dos brasileiros do time chinês Guangzhou Evergrande, comandado pelo técnico Luiz Felipe Scolari, que estreia às 5h deste domingo (13), contra o América do México, no Mundial de Clubes da Fifa.

Se vencer o clube mexicano, pelas quartas de final, em Osaka, no Japão, o time de Felipão –campeão da Liga dos Campeões da Ásia– terá ninguém menos que o poderoso Barcelona pela frente, na semifinal.

Em entrevista à Folha, os atacantes Elkeson e Alan, do Evergrande, reconhecem as limitações do elenco, mas se mostram confiantes com o crescimento do futebol chinês nos últimos anos e dizem que a equipe vai dar trabalho aos adversários no Mundial.

"O Guangzhou não chega ao Mundial como favorito, mas queremos ir embora daqui com a sensação de que fizemos um bom trabalho", afirma Elkeson. "O América do México é um adversário forte, mas temos totais condições de ganhar", diz Alan, ex-Fluminense.

Para isso, os jogadores do clube chinês contam com a preparação do experiente técnico Felipão, campeão do mundo à frente da seleção brasileira na Copa de 2002.

"A chegada dele deu o gás que precisávamos para conquistar títulos. Antes, sentíamos que o time não estava desempenhando em campo todo o potencial que tinha", diz Elkeson.

Liu Dawei/Xinhua
(151121) -- GUANGZHOU, Nov. 21, 2015 (Xinhua) -- Players of Guangzhou Evergrande lift their head coach Luiz Felipe Scolari (Top) after the awarding ceremony of the AFC Champions League final match between Guangzhou Evergrande and Al Ahli of United Arab Emirates in Guangzhou, China, Nov. 21, 2015. Guangzhou Evergrande won 1-0 and claimed the title.(Xinhua/Liu Dawei)
Jogadores do Evergrande celebram o título da Liga dos Campeões da Ásia com o técnico Felipão (cima)

Dentro de campo, os brasileiros garantem estarem entrosados com os atletas chineses e afirmam que nem mesmo a comunicação é um problema.

"Sabemos algumas poucas palavras em chinês e conseguimos nos entender", explica Alan.

Os brasileiros contam que, apesar do estranhamento inicial provocado pela diferença cultural, logo se adaptaram ao estilo de vida da China e foram bem recebidos pelos outros atletas, que têm interesse em aprender e trocar experiências com os jogadores estrangeiros. Para Elkeson, o futebol chinês está crescendo e em evolução e, em alguns anos, "fará papel bonito" em competições internacionais.

"É impressionante o fanatismo deles. Nos jogos em casa não atuamos com menos de 40 mil pessoas no estádio", diz.

Apesar de estarem bem adaptados, a distância e a saudade da família que mora no Brasil continuam sendo desafio aos brasileiros.

"Minha mulher está grávida e não estou podendo acompanhar esses meses de gestação porque ela já retornou ao Brasil", conta Alan.

Para o Mundial, no entanto, os brasileiros garantem estarem focados e esperam surpreender os rivais.

"Enfrentar o Barcelona na semifinal e fazer um bom jogo seria ótimo para o nosso clube", afirma Alan.

Além do Evergrande, do América do México (campeão da Liga dos Campeões da Concacaf) e do Barcelona (campeão da Liga dos Campeões da Europa), o Mundial conta na outra chave com o River Plate (campeão da Libertadores), que irá enfrentar o vencedor de Mazembe (campeão da Liga dos Campeões da África) e Sanfrecce Hiroshima (campeão japonês).


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