Folha de S. Paulo


Botafogo-SP e River-PI iniciam 'final de rojões e bombas' pela Série D

Rogério Moroti/Agência Botafogo
Torcida do Botafogo durante jogo contra o São Caetano, pela Série D do Brasileiro
Torcida do Botafogo durante jogo contra o São Caetano, pela Série D do Brasileiro

Botafogo-SP e River-PI começam a decidir neste sábado (7) o título de campeão da quarta divisão do Campeonato Brasileiro, num torneio marcado por bombas e rojões em jogos decisivos, ações para atrair mais torcedores e reduzir o prejuízo e improviso nos estádios.

Os clubes se enfrentam a partir das 19h30, no estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto. O jogo de volta será no dia 14, às 18h30 (horário local), em Teresina (PI). Mas os palcos das partidas decisivas poderiam ser outros.

O Botafogo só poderá jogar em casa depois de ter conseguido um efeito suspensivo de uma punição de perda de dois mandos de campo devido a bombas jogadas no estádio durante jogo contra o São Caetano, em 11 de outubro.

Já o River teve problema semelhante no confronto contra a Lajeadense. Além de rojões atirados no estádio, a visão dos atletas rivais era prejudicada por torcedores que usavam laser.

A final permite a ambos sonhar com uma inédita conquista e, também, reduzir o prejuízo com a competição. O time do interior paulista já foi vice-campeão das Séries B e C nos anos 90 e tenta seu primeiro título nacional, enquanto uma equipe do Piauí chega, pela primeira vez, à final de uma competição nacional.

"É uma condição única no Piauí, que nunca disputou nenhuma final, um sonho que às vezes a gente fica pensando se é verdade. Estávamos no fundo do poço e, agora, encontramos uma mola para nos impulsionar de lá", afirmou Elizeu Aguiar, presidente do River em 13 dos últimos 15 anos –ele tem mandato até 2018.

Com folha de pagamento de R$ 340 mil, o clube vê no acesso à terceira divisão a possibilidade de ter calendário para o clube o ano todo e, com isso, conseguir mais patrocínio. Na fase de classificação, o atraso salarial chegou a três meses.

"[A Série D] É totalmente deficitária, só tem renda na fase de mata-mata. O torcedor é desconfiado e acha que o clube não vai chegar. Vislumbro um horizonte diferente agora."

A folha do Botafogo é de R$ 300 mil e, assim como no rival piauiense, as contas não fecham na quarta divisão.

"Em seis meses, tivemos seis jogos em Ribeirão, um por mês. Como é que você mantém um time tendo um jogo em casa por mês?", questionou o presidente do clube, Gerson Engracia Garcia.

Para tentar reduzir o deficit e fechar o ano com as contas zeradas, o River espera ao menos 40 mil pessoas no estádio Albertão no próximo final de semana, com renda de até R$ 900 mil. Mas, para isso, precisou adaptar instalações e colocar banheiros químicos.

"Comporta 52 mil pessoas, mas, por precaução, como o estádio é da década de 70 e tem acessos muito arcaicos, vamos trabalhar com um público menor. A geral, atrás dos gols, não tem banheiro, vamos colocar os químicos."

PÚBLICO MODESTO

Já o Botafogo é mais modesto em sua projeção para o confronto e espera ao menos 10 mil torcedores no Santa Cruz. O público é inferior ao de jogos de fases anteriores, em que fez promoção com a troca de ingressos por garrafas PET e levou mais de 20 mil pessoas ao estádio.

Dentro de campo, o time de Ribeirão Preto deve ter a volta do atacante Nunes, que, suspenso, não enfrentou o Remo no segundo jogo da semifinal. Mas não terá o volante Dudu, com problema muscular na coxa esquerda, e pode perder o lateral-direito Daniel Borges, que faz tratamento médico.

Já o River não terá o atacante Lucas Bacelar, que se contundiu em treino na última quarta-feira (4).


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