Folha de S. Paulo


Atletismo brasileiro aposta em uma ou duas medalhas na Rio-2016

Em dia de homenagens às atletas Fabiana Murer, prata no Mundial no salto com vara, e Juliana Gomes dos Santos, ouro no Pan nos 5.000 m, na Bolsa de Valores de São Paulo, dirigentes do atletismo brasileiro disseram que a projeção para os Jogos Olímpicos do Rio é ter no máximo uma ou duas medalhas.

"Historicamente, desde que o Brasil começou a ganhar medalha em Olimpíada, em 1952, apenas em duas ganhou duas medalhas. Em quatro Jogos, não ganhou medalha. Em todas as outras ganhou uma. Ou seja, a gente tem chance de ganhar uma medalha e meia no Rio", analisou o técnico-chefe da seleção brasileira e do clube BM&F, Ricardo D'Angelo.

"Essa é a perspectiva do nosso atletismo. Estamos preparando a geração 2020 e 2024. Tem um grupo jovem bom, mas, para 2016, do meu ponto de vista, em uma análise interna, é falar em uma ou duas medalhas, algo bem possível", completou D'Angelo.

O presidente da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), Toninho Fernandes, concordou com a avaliação de D'Angelo, mas ele mesmo não quis apontar um número específico de pódios para a Rio-2016.

"Nunca faço essa projeção de medalha. O atletismo tem essa desvantagem pessoal para o atleta em relação a outros esportes, porque o número de países que ganham medalhas é maior e cada país pode levar até três competidores. Em outros esportes são menos países e, às vezes, apenas um atleta por país por prova", avaliou Fernandes.

Marcel Merguizo/Folhapress
Juliana Gomes dos Santos e Fabiana Murer posa com as medalhas do Pan e do Mundial, respectivamente, em evento na Bolsa de Valores
Juliana e Fabiana posam com as medalhas do Pan e do Mundial em evento na Bolsa

"A média histórica em Olimpíadas é essa mesma, uma e meia. Temos possibilidade de uma ou duas, sim. Sei que temos um país imenso, mas não temos essa tradição escolar para revelar. Não queremos tapar o sol com a peneira, mas nosso investimento não é só no atleta, temos programas, campeonatos, muito do orçamento vinculado a essas organizações", explicou o presidente da CBAt.

No último Mundial, em agosto, em Pequim, apenas a saltadora Fabiana Murer conquistou medalha para o país, uma prata, igualando a melhor marca de sua carreira (4,85m). Por esse motivo ela foi homenageada nesta sexta-feira (11) por seu clube e recebeu uma barra de 300 gramas de ouro da BM&F Bovespa, que hoje vale cerca de R$ 40 mil.

Juliana Gomes dos Santos também recebeu a premiação devido ao ouro no Pan de Toronto, em julho, a única do Brasil em provas de pista nos Jogos.

Os fracos desempenhos no Pan de Toronto e no Mundial de Pequim vêm na sequência de uma Olimpíada sem medalha no atletismo, em 2012.


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