Folha de S. Paulo


Liminar impede acesso de santistas a documentos de venda de Neymar

Uma liminar concedida nesta quinta-feira (30) pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo suspendeu o acesso do grupo Teisa aos documentos que envolveram a transferência do atacante Neymar do Santos para o Barcelona, em maio de 2013.

A decisão favorável a Neymar, o pai dele e a N&N Consultoria, empresa da família, foi dada pelo desembargador Luiz Beethoven Giffoni Ferreira. Ele considerou "o acesso indevido" com argumentação de que a Teisa (Terceira Estrela Investimentos S.A.) não participou da negociação.

Há um mês, a juíza Thaís Cabaleiro Coutinho, de Santos, havia determinado que todos os documentos da venda fossem apresentados para a Teisa.

A abertura dos papéis foi um pedido da empresa, composta por cartolas do Santos que compraram 5% dos direitos econômicos do atacante em 2010.

A firma entende que foi prejudicada na venda de Neymar ao Barcelona, uma vez que toda a transação envolveu valores superiores aos 17,1 milhões de euros pagos ao Santos pelo Barcelona.

Naquela ocasião, a decisão da juíza argumentou: "há robustas evidências de que o valor real envolvido na transferência do jogador tenha de fato sido ocultado pelos participantes diretos do negócio".

Antes de obter decisão favorável na Justiça, Neymar da Silva Santos, pai do atacante, já havia se defendido. Argumentou que Santos, Teisa e DIS (grupo que tinha 40% dos direitos do jogador) não participaram do acordo fechado pela N&N Consultoria com o Barcelona em 2011.

O acordo feito naquele ano estipulou multa de 40 milhões de euros, para qualquer um dos lados, no caso de Neymar ser negociado com outro clube antes do final do contrato dele com o Santos.

NA ESPANHA

Na Espanha, Neymar é réu de processo que investiga a transferência dele para o Barcelona a pedido do grupo de investidores DIS.

O processo investiga por corrupção e fraude, além de Neymar, o seu pai, o Santos e dois de seus ex-presidentes (Luis Álvaro de Oliveira e Odilio Rodriguez Filho), o Barcelona e o seu atual presidente (Josep Bartomeu), bem como Sandro Rosell, ex-mandatário do clube espanhol, e a N&N Consultoria.

Há no processo uma ação criminal e outra cível.

Na ação criminal, se for julgado procedente, os envolvidos no processo, entre eles Neymar, podem ser condenados de três a oito anos de prisão. Na cível, a DIS cobra cerca de R$ 30 milhões sobre o negócio.

Editoria de arte/Folhapress
A VENDA DE NEYMAR AO BARCELONAEntenda a polêmica sobre a transferência
A VENDA DE NEYMAR AO BARCELONA

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