Folha de S. Paulo


Neymar tem seus bens no Brasil monitorados pela Receita

O atacante Neymar, do Barcelona, e os seus pais tiveram os seus bens arrolados pelo Fisco no dia 13 de abril deste ano. A informação foi revelada inicialmente pela revista "Época".

A Folha, que também teve acesso aos documentos, verificou que existem nove processos em andamento na Receita Federal envolvendo as finanças do jogador.

Arrolamento é uma descrição dos bens de uma pessoa. A Receita confere e monitora o patrimônio do contribuinte, como imóveis e carros, para o pagamento de uma dívida.

De acordo com a publicação, tanto o pai de Neymar como o atacante e as empresas envolvidas na venda do jogador ao Barcelona podem sofrer nas próximas semanas denúncia criminal.

A revista diz que a Receita iniciou uma representação fiscal para fins penais no dia 7 de abril.

Ainda segundo a publicação, "o procurador da República Thiago Nobre Lacerda, de Santos, suspeita de sonegação fiscal e falsidade ideológica no caso, entre possíveis outros crimes".

Tanto Neymar como o seu pai já são investigados pela Justiça da Espanha por causa da polêmica transação para o Barcelona há dois anos.

Na semana passada, o presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, afirmou que o clube também entrou com um processo na Fifa contra Neymar, o seu pai, a Neymar Sport e Marketing S/S Limitada [Neymar Sports] e o Barcelona, também por causa da transferência do jogador para o clube espanhol.

A diretoria santista quer receber a diferença do valor anunciado [57 milhões de euros], no dia da transação, 31 de março de 2013, com o valor confirmado pela justiça espanhola [83 milhões de euros]. Os advogados do clube querem, inclusive, receber a diferença com juros. Vale ressaltar que o Santos terá que repassar a porcentagem dessa diferença questionada a DIS.

Além disso, o Santos pretende receber uma indenização por danos causados e ressarcimento das despesas referentes a ação.

O Santos confirmou, na época, que recebeu 17 milhões de euros (cerca de R$ 49 milhões) por Neymar, mas terá direito somente a 9 milhões de euros (aproximadamente R$ 26 milhões), pois teve que repassar do montante 40% a DIS, braço esportivo do Grupo Sonda, e 5% a Teisa, grupo de investidores formados por conselheiros influentes no clube, que detinham porcentagem dos direitos econômicos do atleta.

Além dos 9 milhões de euros, o Santos embolsou mais 8 milhões de euros (aproximadamente R$ 23 milhões) na transação. Isso porque na venda do ex-astro santista ficou acordado que o clube espanhol pagou o valor para adquirir a preferência de compra de mais três atletas revelados nas categorias de base do alvinegro praiano –Gabigol, que segue no clube, e Victor Andrade e Giva, que já deixaram o alvinegro praiano.


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