Folha de S. Paulo


Meia raro, Alex, 37, se despede na nova casa do Palmeiras

"Não há no futebol de hoje um jogador como eu."

A afirmação de Alex, 37, que poderia soar arrogante na boca de outros atletas, não ganha um tom de presunção quando feita pelo ex-meia.

De fato, não se vê técnica refinada como a dele nos campos brasileiros hoje.

Alex deu entrevista no centro de treinamento do Palmeiras nesta sexta (27), um dia antes do jogo festivo que marcará sua despedida do clube, no novo estádio alviverde.

Entre os clubes em que atuou, ele só não se destacou no Flamengo (2000) e no italiano Parma (2002).

Em sua maior parte, as torcidas de Coritiba (onde encerrou a carreira no ano passado), Palmeiras, Cruzeiro e o turco Fenerbahce têm grande admiração por ele.

Mesmo no auge, contudo, Alex era considerado lento por parcela dos torcedores. Chegou a ser apelidado de "Alexotan", devido ao calmante.

Os títulos, no entanto, mostram que, se ele dormia, Alex era um sonâmbulo de enorme talento.

Só não disputou uma Copa do Mundo porque o técnico Felipão, em um episódio até hoje mal explicado, não o convocou para a de 2002. Mas foi o capitão da seleção, sob o comando de Parreira, no título da Copa América, conquistado em 2004.

Ganhou também uma Libertadores (1999), um Brasileiro (2003), três Turcos (2004/05, 2006/07 e 2010/11) e duas Copas do Brasil (1998 e 2003), entre outros.

Alex tornou-se também respeitado fora de campo por sua atuação como líder do movimento Bom Senso F.C. É ainda comentarista do canal de esportes ESPN.
gols de placa

Nesta sexta, Alex trocou presentes com o meia Robinho, 31, com quem atuou por duas temporadas no Coritiba.

Ambos receberam do Palmeiras placas por gols anotados contra o São Paulo.

Robinho a ganhou pelo tento que abriu caminho na vitória por 3 a 0 na última quarta (25), com um chute quase do meio de campo.

Já Alex a recebeu por conta do gol de 20 de março de 2002, quando o Palmeiras fez 4 a 2 no rival tricolor. Naquele dia, Alex aplicou chapéus no zagueiro Emerson e no goleiro Rogério Ceni, o mesmo do gol da última quarta.

Para Alex, as semelhanças entre ele e Robinho param por aí. "Ele não é o novo Alex nem o substituto do Valdivia", disse o ex-meia, que aconselhou Robinho a ir para o Palmeiras.

"Ele me perguntou se deveria vir e eu disse: 'Pode ir, você tem a cara do Palmeiras'. É técnico e se entrega muito, duas coisas que o palmeirense admira."
Até agora, a dica de Alex tem se mostrado boa para Robinho e para o Palmeiras.


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