Folha de S. Paulo


Para formar time, Palestina busca descendentes de exilados

Alexis Norambuena não entende nada do que o os seus colegas da seleção palestina falam. Tampouco consegue conversar com o técnico sem ajuda de um tradutor.

"Só o que sei falar é 'bom dia'. O resto do que eles dizem em árabe não consigo entender", admite à Folha o chileno, bisneto de palestinos, que há dois anos defende a seleção do país árabe.

O lateral não é uma exceção. Com dificuldade para encontrar jogadores profissionais no país, a federação local busca descendentes de palestinos que aceitem defender a equipe local. Na convocação para a Copa da Ásia foram chamados quatro jogadores que nasceram fora do país.

"Tanto eu quanto os outros de fora somos bem recebidos. Em dois anos nunca houve um problema", afirma Alexis, que joga no GKS, da Polônia.

O diretor técnico da seleção, Husam Younis afirma que chamar descendentes de palestinos que jogam em outros países é uma maneira de melhorar o nível técnico do time.

Filho de exilados que deixaram o país em 1948, o dirigente nasceu na Síria e viveu ainda em Cuba, onde estudou gestão do esporte, e na Venezuela. Vive na Palestina desde 1999.

"Não somos chilenos, suecos, sírios. Somos palestinos de sangue e escolhemos defender o país", diz Younis.

A seleção da Palestina estreou na Copa da Ásia nesta segunda-feira (12) e foi derrotada pelo Japão por 4 a 0.


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