O Vasco da Gama, que se encaminha para o retorno à primeira divisão depois do rebaixamento em 2013, definiu na noite desta terça-feira (11) quem será seu presidente no triênio 2015-2017.
O atual presidente do clube é o ex-atacante Roberto Dinamite que, sem repetir o sucesso de dentro dos campos, deixa a presidência com dívidas e autoestima em baixa no futebol.
O favorito para presidir o Vasco é um ex-presidente controverso, mas vencedor no clube. Aos 70 anos, o ex-deputado federal Eurico Miranda tenta retornar ao cargo que já ocupou no início da década passada. Ainda estão na disputa o advogado Roberto Monteiro, 43, e o executivo Julio Brant, 37.
A eleição do Vasco é indireta. Havia 13 mil eleitores habilitados a votar, mas a estimativa é de que cerca de seis mil tenham participado efetivamente da eleição. Os vascaínos elegeram 150 conselheiros e eles, no dia 19, elegerão o novo presidente.
A chapa vencedora no pleito desta terça-feira ficaria com 120 vagas e a segunda mais votada, com as 30 demais. Assim, os 150 eleitos se somarão aos 150 que já compõem o conselho do Vasco como integrantes natos.
Na prática, a chapa vencedora da eleição indireta elegerá também o novo presidente do clube em cerimônia na sede náutica da Lagoa, na zona sul do Rio.
Foi uma eleição de clube de futebol, mas em tudo lembrava uma disputa eleitoral tradicional.
Os candidatos mobilizaram grande militância para pedir votos de última hora no entorno da sede do Vasco.
Durante o dia, a votação correu tranquila do lado de fora, mas a noite, próximo às 22h, horário de fechamento das urnas, houve confusão. Com militantes lado a lado na parte de fora do estádio, houve um momento mais tenso quando cabos das chapas concorrentes e integrantes das organizadas cruz-maltinas trocaram agressões.
A Polícia Militar chegou a lançar spray de pimenta e intervir para separar o grupo que queria brigar. O gás de pimenta ficou no ar e trouxe incômodo a quem estava nos arredores da sede do Vasco, em São Januário, na zona norte do Rio.
Do lado de dentro do ginásio, o local onde as urnas estavam montadas, também houve rivalidade entre os candidatos. Brant, apoiado por ídolos do futebol vascaíno como Edmundo, entrou com pedido de embargo na Mesa Eleitoral, apontando pelo menos 150 eleitores que, na avaliação da chapa, estariam irregulares por que não constavam da lista prévia de eleitores votantes. Eurico tratou de desdenhar do movimento dos adversários e disse que o que mobilizava seu retorno era a crise pela qual o Vasco passa.
"Se não estivesse na situação em que está, você acha que eu iria voltar?", indagou o candidato.
A possibilidade de que a eleição vá parar na Justiça existe, por conta das suspeitas sobre a lista de votantes. O final da apuração está previsto para a madrugada desta quarta-feira (12).