O Santos aceitou o empréstimo de 13 milhões de euros da Doyen Sports para comprar Leandro Damião em dezembro passado por alguns motivos. Ele seria a prova de que a diretoria pensava grande. Era o artilheiro que a equipe precisava. Seria o líder da garotada que buscava espaço: Victor Andrade e Gabriel.
O primeiro caiu em desgraça com companheiros, comissão técnica e diretoria. Recusou-se a embarcar em viagem com as categorias de base. Disse a funcionários que o clube podia vender Neymar porque ele "resolveria". Acabou saindo da Vila Belmiro e está no Benfica (POR).
Gabriel, 18, estava mais pronto do que os cartolas esperavam. Onze meses depois, é o artilheiro da equipe na temporada, com 17 gols. Forma a trinca ideal de ataque com Robinho e Geuvânio.
Se o Santos precisa bater o Cruzeiro nesta quarta (5) para ir à final da Copa do Brasil, a esperança se chama Gabriel. "Está todo mundo atrás desse título. Para mim, seria mais especial ainda", disse o atacante após a derrota para o Internacional, no último domingo (2), pelo Brasileiro.
Leandro Damião estará no banco de reservas. Por mais que Oswaldo de Oliveira, Enderson Moreira, diretoria e colegas tenham se esforçado, o centroavante não deslanchou. Não foi por falta de tentativas. Oswaldo o manteve como titular até o limite.
| Ricardo Saibun/AGIF/Folhapress | ||
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| Gabriel comemora gol marcado pelo Santos |
Na final do Paulista, diante do Ituano, o sacou no segundo tempo para colocar Gabriel. E foi o típico jogo para o qual o Santos havia comprado Damião. Era decisivo, valia título e o time precisava de gol. O treinador o tirou mesmo assim. Enderson também resistiu antes de mandá-lo para o banco.
Damião é querido dentro do clube. Os demais jogadores e funcionários gostam do seu jeito simples de ser. Mas o rendimento fala mais alto. Mais veloz, com confiança e gols, Gabriel tinha de jogar.
"É questão de aproveitar as chances. Não acho que o Damião está tão mal assim. É questão de fases", desconversou Enderson Moreira.
Confiança nunca foi problema para Gabriel. Em casa, seu pai, Valdemir Silva, tem uma coleção de vídeos do garoto fazendo gols de todos os jeitos nas categorias de base e no futsal. "Ele tem personalidade demais. Até assusta", afirmou Silva, sobre o filho, que partilha com Neymar o agente: Wagner Ribeiro.
A classificação na Copa do Brasil e o possível título pode catapultar a valorização da revelação santista. E os gols de Gabriel significam também problemas para Leandro Damião, um investimento que a diretoria sonha em recuperar com uma venda para o exterior.