Folha de S. Paulo


Tem história inferior à nossa, diz Emerson sobre presidente do Botafogo

Nesta quarta-feira (15), depois de 12 dias calados, os quatro jogadores demitidos do Botafogo pelo presidente Mauricio Assumpção - Bolívar, Edilson, Emerson Sheik e Julio Cesar - falaram pela primeira vez com a imprensa, no restaurante Paris 6, na Barra da Tijuca. E não pouparam críticas ao mandatário.

De acordo com o atacante, a história do quarteto no futebol é muito maior do que a do dirigente.

"Nós estamos aqui para poder dar o nosso depoimento, para esclarecer tudo aquilo que, para nós, não teve uma explicação. Até hoje estamos querendo saber o porquê de os quatro estarem fora do Botafogo. Estamos aqui hoje para esclarecer tudo", disse Bolívar, o primeiro a falar.

Depois, Emerson foi mais incisivo.

"Estava jantando com um amigo, peguei o telefone quase às duas da manhã e vi que o Julio Cesar tinha me ligado. Fiquei preocupado, achando que tivesse acontecido alguma coisa. Mesmo tarde, liguei de volta, e ele falou que estávamos afastados. Achei que fosse alguma brincadeira, mas ele foi muito sério na hora de dar a notícia. A princípio, era um afastamento. Ainda assim, pediram para que fôssemos ao treinamento no dia seguinte".

O atacante ainda disse não saber os motivos para o afastamento dos jogadores.

"Mas até hoje, talvez essa seja a grande pergunta: por que tudo isso aconteceu? Uma preocupação nossa, coletiva, foi o que isso poderia gerar. Cada um tem uma história dentro do futebol, e nossas histórias não foram respeitadas. Fiquei preocupado com o Botafogo dentro da competição. Mas também me preocupei com as nossas histórias no futebol. A história do presidente é muito inferior a nossa. O motivo, só ele pode responder", relatou.

Vitor Silva/SSPressVitor Silva/SSPress
O atacante Emerson Sheik comemora um gol pelo Botafogo
O atacante Emerson Sheik comemora um gol pelo Botafogo

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