Folha de S. Paulo


Alívio para veteranos e empolgação de novatos marcam início da era Dunga

Alívio para alguns, empolgação para outros. As duas vitórias da seleção brasileira no retorno de Dunga não foram vistosas, o discurso de que há o que melhorar foi unânime, mas também houve unanimidade para reconhecer que os resultados melhoram um pouco o clima depois do fracasso na Copa de 2014, principalmente os 7 a 1 que o Brasil levou na semifinal do torneio.

A seleção venceu a Colômbia e o Equador por 1 a 0 nos dois amistosos realizados nos Estados Unidos. Foram os primeiros jogos depois do Mundial e após o retorno de Dunga ao comando técnico da equipe.

"Muito bom começar vencendo, dá confiança para que o trabalho siga e possa melhorar sempre", disse o atacante Neymar, que machucado não esteve no vexame do Mineirão.

Dos convocados por Dunga para os amistosos contra Colômbia e Equador, dez estiveram no Mundial –Maicon, porque se atrasou para voltar da folga, acabou cortado entre os dois jogos e Fabinho, do Monaco, foi convocado. E oito estiveram em campo na goleada sofrida pela Alemanha.

"Depois do que aconteceu na Copa, fazer dois amistosos contra rivais diretos que estiveram na Copa e que você vai enfrentar nas eliminatórias [para o Mundial de 2018), você se sente quase na obrigação de vencer. Todo mundo achava que tinha que mudar tudo, mas não se tem tempo de trabalhar. O importante é mesclar os jogadores", disse Dunga.

Entre os empolgados estavam aqueles que não estiveram no Mundial e puderam ter uma oportunidade agora. Três destes estrearam na seleção –Ricardo Goulart, Éverton Ribeiro e Gil, que jogou poucos minutos, mas, segundo Dunga, com um sorriso no rosto como se tivesse entrado no primeiro minuto.

"Um sonho realizado. Espero manter a regularidade no Cruzeiro, o Dunga conhece meu futebol e quero estar mais vezes na seleção", disse Ricardo Goulart.

O treinador admitiu que a safra atual do futebol brasileiro não é tão rica como há anos, quando se podia formar de quatro a cinco boas seleções brasileiras. Mas ele vê qualidade nos mais jovens e diz que vai montar o "quebra-cabeça".

"Não temos muitos jogadores afirmados em suas equipes no exterior, ainda tem muitos jogadores jovens, mas de grande qualidade técnica na Europa. Gosto de lembrar que na última semifinal da Champions [Liga dos Campeões] tínhamos dez jogadores brasileiros. Não temos em algumas posições jogadores afirmados, em outras jogadores se deslocaram, temos um bom quebra cabeça para encontrar soluções", disse o treinador.

Jeff Zelevansky - 9.set.2014/AFP
O técnico Dunga durante o amistoso da seleção brasileira contra o Equador
O técnico Dunga durante o amistoso da seleção brasileira contra o Equador

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