Folha de S. Paulo


Chefão da F-1 e equipes vão discutir queda de popularidade na categoria

Depois do fracasso de público do GP da Alemanha, em Hockenheim, há duas semanas, e de constantes reclamações sobre a queda na popularidade da F-1 nos últimos anos, dirigentes das principais equipes e Bernie Ecclestone, que detém os direitos comerciais da categoria, participarão de um encontro neste sábado (2) para discutir o tema.

A reunião, que contará com Toto Wolff, chefe da Mercedes, Marco Mattiacci, da Ferrari, Christian Horner, da Red Bull, e Bob Fernley , da Force India, deveria acontecer nesta quinta, em Londres, mas foi remarcada.

Ainda não foi confirmada a presença de Flavio Briatore, que foi banido da F-1 após o escândalo do GP de Cingapura em 2008, quando a Renault armou para que Nelsinho Piquet batesse e ajudasse Fernando Alonso a vencer a prova.

O italiano teria sido chamado por Ecclestone para ajudar a solucionar a questão da popularidade da categoria, mas no paddock, as reações não foram favoráveis a sua "ajuda".

Depois de um emocionante GP da Hungria, no último domingo, quando Daniel Ricciardo fez duas ultrapassagens nas últimas quatro voltas para ficar com a vitória em Hungaroring, muitos dirigentes da F-1 voltaram a dizer que o foco das mudanças deve ser na promoção da categoria, seja na TV ou nas redes sociais, e não tentar mudar o regulamento, já que muitas das corridas nesta temporada, apesar do domínio da Mercedes, têm sido empolgantes.

Sebastian Kahnert/Efe
Detentor dos direitos comerciais da F-1, Bernie Ecclestone, caminha pelo circuito antes do GP da Alemanha
Detentor dos direitos comerciais da F-1, Bernie Ecclestone, caminha pelo circuito antes do GP da Alemanha

Uma das equipes mais engajadas nesta campanha para atrair novamente o público é a Ferrari, cujo presidente, Luca di Montezemolo, tem constantemente criticado a maneira como a categoria é conduzida.

Entre as propostas que a equipe quer levar adiante estão o aumento dos testes durante a temporada para que o público se aproxime da categoria fora dos finais de semana de corrida e a possibilidade de trabalhar nos motores durante o ano –atualmente o desenvolvimento é congelado.

"Vamos sentar num pequeno grupo porque quando temos muita gente é difícil chegar a propostas concretas. Tivemos um encontro com Bernie no último sábado e ele nos pediu que pensássemos em como melhorar o espetáculo da F-1", afirmou Wolff, ainda em Budapeste.

Para Eric Boullier, diretor da McLaren, parte do problema da categoria atualmente é a negatividade da imprensa.

"Muitas pessoas no paddock têm sido negativas com o que a F-1 está tentando fazer. Espalhando esta negatividade nós distraímos as pessoas de mostrarem sua paixão e de nos assistirem, além de impedir que pessoas que potencialmente poderiam estar interessadas no esporte nos assistam", declarou o dirigente francês.


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