Folha de S. Paulo


Polícia indicia sete funcionários da Odebrecht por acidente no Itaquerão

Nove pessoas, sendo sete da Odebrecht, foram indiciadas pelo acidente no Itaquerão que matou dois operários em novembro do ano passado. Se condenados, os acusados podem ser presos por um ou até três anos.

O resultado da investigação feito pela Polícia Civil é que o tombamento do guindaste na obra do estádio foi causado pela falta de sustentação no solo. A máquina erguia a peça para ser colocada na cobertura e tombou, matando os funcionários Fábio Luiz Pereira, 42, e Ronaldo Oliveira dos Santos, 43.

"São sete funcionários da Odebrecht e dois da Locar. A conclusão do nosso inquérito é que o solo não resistiu ao peso e ocorreu uma depressão. Esta foi a causa do acidente", afirma o delegado Luiz Antonio da Cruz, do 65º Distrito Policial de Arthur Alvim, em São Paulo. Ele foi o encarregado pela investigação.

A Odebrecht é a responsável pela construção do estádio. A Locar foi contratada para operar o guindaste.

A conclusão é baseada em laudo do Instituto de Criminalística. A Odebrecht encomendou estudo paralelo que aponta que o solo não cedeu no momento da operação do guindaste e, com isso, não teria sido a causa do acidente.

A empresa alemã, fabricante do equipamento, veio ao Brasil para recolher o disco com os dados da operação da máquina para tentar determinar o que ocorreu e se houve falha mecânica, mas não conseguiu descobrir.

O delegado não quis revelar os nomes dos indiciados.

Em nota divulgada pela sua assessoria de imprensa, a Odebrecht informa que "discorda dos fundamentos da determinação de indiciamento de seus funcionários e se manifestará em detalhes quando do encerramento do Inquérito Policial, aguardando serenamente que todas as provas técnicas produzidas ainda sejam melhor avaliadas, dada sua alta complexidade".

"A Locar Guindastes & Transportes Intermodais informa que aguarda a formalização de eventuais deliberações que venham a ser adotadas pelas autoridades competentes no caso da Arena Corinthians e salienta que tem colaborado com as investigações, estando à disposição da Justiça para prestar todos os esclarecimentos necessários", afirmou a empresa, em nota.


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