Folha de S. Paulo


Fiéis escudeiros ajudam Zé Roberto e Bernardinho por final da Superliga

Bernardinho e José Roberto Guimarães explicam, gritam, orientam, vibram. Param o jogo para falar com as jogadoras de seus times. No meio da conversa à beira da quadra, percebe-se outros dois comandantes. Ou subchefes.

O confronto deste sábado, no Maracanãzinho, às 10h (com TV Globo), pode colocar Hélio Griner, 47, na décima final seguida de Superliga ao lado de Bernardinho caso o Rio vença o Campinas de Paulo Coco, 47, braço direito de Zé Roberto.

Coco trabalha com Zé Roberto desde 1996, inclusive como auxiliar na seleção feminina a partir de 2003.

Griner auxilia Bernardinho desde 1997 e, se não está na seleção masculina com o treinador, já dirigiu selecionados femininos do Brasil na Universíade e também comandou a equipe nacional militar.

"Bernardo é o comandante. A última palavra é do chefe", afirma Griner. "O comando é dele, eu o auxilio", diz Coco sobre Zé.

O confronto semifinal está 1 a 0 para as cariocas depois que elas venceram por 3 sets a 0 o primeiro jogo contra o time do interior paulista, na terça passada. Se as paulitas vencerem, a vaga na final será decidida na próxima sexta, às 21h30, em Campinas.

Fernando Maia/MPIX
Hélio Griner (à dir.), auxiliar técnico de Bernardinho, conversa com jogadoras do Rio
Hélio Griner (à dir.), auxiliar técnico de Bernardinho, conversa com jogadoras do Rio

Amigos de seus "chefes" desde os tempos em que jogavam vôlei juntos, ambos assumem que são muito parecidos com os respectivos treinadores. Por essa confiança conquistada, são importantes tanto nos treinos quanto nos jogos.

Pelo Rio, Griner é responsável pelo treinamento das levantadoras, parte técnica, análise de vídeos, estatística e análise das adversárias. Bernardinho gosta de aprimorar o bloqueio.

Em Campinas, Coco é quem cuida do treino técnico de saque, passe e defesa, além do controle das estatísticas e desempenho das adversárias. Zé Roberto costuma focar mais nas levantadoras.

"Minha fidelidade é muito grande. Tudo o que faço é da maneira que ele espera. Ser auxiliar é uma escolha e tenho grande agradecimento pelo aprendizado. Espero dar minha contribuição", explica Coco sobre sua relação com o tricampeão olímpico e tri da Superliga.

Do outro lado, Griner já acumula oito títulos da Superliga como auxiliar –dois deles ainda quando a equipe era de Curitiba. "Me sinto bem reconhecido pelo Bernardo e pelo grupo, tenho liberdade para falar com qualquer jogadora mas com sensibilidade de não interferir o tempo inteiro", diz.

Como Bernardinho e Zé Roberto são comandantes das seleções brasileiras masculina e feminina, respectivamente, os fiéis escudeiros tornam-se os treinadores principais dos times geralmente no início da Superliga ou em campeonatos estaduais.

Fabio Braga/Folhapress
Paulo Coco (à esq.) conversa com Zé Roberto durante jogo em Campinas
Paulo Coco (à esq.) conversa com Zé Roberto durante jogo em Campinas

Os auxiliares, aliás, já se desentenderam após um jogo. Na semifinal da Superliga de 2012, entre Rio e Vôlei Futuro (então comandado por Coco), houve um bate-boca entre eles depois da eliminação do time de Araçatuba. Coco diz que foi um "momento de nervosismo", mas que os "fatos foram esclarecidos" e eles já estiveram "juntos sem problemas" depois daquela discussão em quadra.

Já a última vez que os desafetos Zé Roberto e Bernardinho se enfrentaram em um mata-mata de Superliga foi em 2005, quando o Osasco venceu a final. Foi a primeira decisão da sequência de nove entre o time paulista e o Rio na principal competição de vôlei do país.

Aquele foi o tri de Zé Roberto, que deixou o Osasco e só voltou à Superliga ano passado, agora por Campinas. Já Bernardinho ganhou outros seis títulos e participou de todas as finais pelo Rio desde aquela decisão de 2005. Antes, havia ganho dois troféus com o time em Curitiba.

Por sinal, no time de Bernardinho, desde 1997, estão o assistente Ricardo Tabach, o fisioterapeuta Guilherme Tenius, o Fiapo, e a estatística Roberta Giglio, a Robertinha. Estes últimos também parte da comissão técnica na seleção brasileira masculina.

Já Zé Roberto, além de Coco, é acompanhado em Campinas e na seleção feminina pelo auxiliar Claudio Lopes Pinheiro, o assistente Marco Bonifácio, o Boni, o preparador físico José Elias de Proença e o médico Julio César Carvalho Nardell.

Ou seja, além de Griner e Coco, os treinadores ainda contam com outros escudeiros bastante fiéis.


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