Folha de S. Paulo


Dubai ofusca as principais competições de tênis no Brasil

A final do Brasil Open neste domingo, no Ibirapuera, em São Paulo, encerra duas semanas movimentadas do tênis no país.

Nesse período, foram disputados três eventos que compõem a elite da modalidade: o Rio Open (com chaves masculina e feminina), o Brasil Open (masculina) e o Torneio de Florianópolis (feminina).

Com altas premiações e orçamentos milionários, os torneios atraíram tenistas tops.

O carioca, com a presença do astro espanhol Rafael Nadal, estreou com o status de maior da América do Sul.

A empolgação aumentou com o número um do mundo falando sobre a possibilidade de a América Latina abrigar um Masters 1.000 -série de torneios que perde em importância apenas para o Grand Slam.

Em passagem pelo Brasil, o presidente da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), Chris Kermode, porém, já afirmou que a curto prazo um torneio deste porte na região é algo muito difícil.

Antonio Lacerda/Efe
O espanhol Rafael Nadal segura o troféu do Rio Open após derrotar o ucraniano Alexandr Dolgopolov
O espanhol Rafael Nadal segura o troféu do Rio Open após derrotar o ucraniano Alexandr Dolgopolov

DINHEIRO ÁRABE

Enquanto sonha com torneios ainda maiores, o Brasil ainda é ofuscado por eventos do mesmo nível que possui.

Nesta semana, simultaneamente ao Brasil Open e a Florianópolis, foi disputado o Torneio de Dubai.

Com a mesma classificação do Rio Open -ATP 500, pois gratifica o campeão com 500 pontos no ranking-, o torneio dos Emirados Árabes conta com um compromisso financeiro (premiação mais taxas) somente um pouco abaixo aos dos quatro principais eventos brasileiros somados.

Foram gastos cerca de US$ 2,35 milhões (R$ 5,48 milhões) em Dubai contra US$ 2,5 milhões (R$ 5,83 milhões) de Rio, São Paulo e Florianópolis.

"Ninguém consegue competir com o dinheiro dos Emirados Árabes", afirmou o presidente da CBT (Confederação Brasileira de Tênis), Jorge Lacerda. "Eles estão investindo forte no turismo, e o esporte faz parte dessa estratégia."

A confederação comprou data no calendário da WTA (Associação das Tenistas Mulheres) e realizou a segunda edição do torneio catarinense.

"Neste ano, vamos conseguir equilibrar as contas", afirmou Lacerda. "No ano passado, tivemos mais gastos com a construção de estrutura."

Segundo ele, foram necessários cerca de R$ 4 milhões.

O montante do Rio Open foi bem maior: R$ 25 milhões.

"Apesar de ter sido a primeira versão, vamos conseguir não fechar no vermelho", disse Luiz Carvalho, diretor do torneio, que ressaltou a boa participação do público: mais de 50 mil durante a semana.

No calendário da ATP desde 2001, o Brasil Open não divulgou números do orçamento. Mesmo sem o público do ano passado, quando Nadal estava presente, a organização ressaltou os 15 patrocinadores.


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