Folha de S. Paulo


Volta de Bia e Branca coincide com saída de outras gêmeas da seleção

Arquivo Pessoal
As gêmeas paraenses Gabriella e Daniella com as cariocas Bia e Branca
As gêmeas paraenses Gabriella e Daniella com as cariocas Bia e Branca (ao centro)

O retorno de Bia e Branca Feres, 25, à seleção brasileira de nado sincronizado três anos após pedirem dispensa para trabalhar na TV coincide com a saída de outras gêmeas da equipe nacional.

As irmãs Daniella e Gabriella Figueiredo, 21, não estão entre as 16 meninas escolhidas na seletiva nacional do mês passado.

"Decidi escolher o estudo. Era para eu estar me formando esse ano", diz Daniella. Elas pediram dispensa após o Mundial de Barcelona, no ano passado.

Estudantes de Direito, as gêmeas mais novas querem se dedicar apenas à universidade e ao trabalho na área a partir de agora. Segundo Daniella, devido à dedicação à seleção, os estudos ficaram em segundo plano.

Paraenses, elas vão continuar no nado sincronizado, competindo pelo Flamengo. "Apenas no clube dá para conciliar estudo e trabalho", explica Daniella.

É algo semelhante ao que fizeram Bia e Branca, que deixaram a seleção no fim de 2010 para seguir carreira artística mas continuaram competindo no Tijuca Tênis Clube, também do Rio.

As gêmeas cariocas acabaram de retornar à equipe brasileira, como revelou a Folha neste domingo.

Já Gabriella e Daniella não têm planos de voltar. Nem sequer para disputar os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Elas estavam na seleção desde 2007, ainda nas categorias de base, quando se mudaram de Belém para o Rio.

A tradição em ter gêmeas na seleção de nado começou com Isabela e Carolina de Moraes, bronze no Pan de Santo Domingo, em 2003, e representantes do país nas Olimpíadas de Sydney-2000 e Atenas-2004.

MAIS MUDANÇAS

O Brasil também perdeu o dueto olímpico recentemente. Representantes do país nos Jogos de Londres-2012 e Pequim-2008, Lara Teixeira e Nayara Figueira já não treinam com a seleção há uma temporada, e não retornaram na seletiva de janeiro.

O novo dueto do Brasil agora é formado por Luísa Borges e Giovana Stephan.

Tanto o dueto quanto a equipe nacional treina no Rio, seis vezes por semana. Para isso, as atletas do nado recebem salário de R$ 800 da Confederação Brasileira de Deportos Aquáticos (CBDA) e Bolsa Atleta do governo federal que pode ser de R$ 925 ou R$ 1.800.

Apesar do retorno de Bia e Branca, este é um ano de renovação na seleção.

Algumas atletas que eram da equipe juvenil chegaram ao time principal, que agora é comandado pela técnica medalhista olímpica Julie Sauvé, do Canadá.

Outra novidade é a volta de Joseane Martins, que estava trabalhando no parque aquático SeaWorld, nos EUA, desde 2012.


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