Folha de S. Paulo


Receita futura do Itaquerão é aposta do Corinthians para contratar reforços

Com os cofres apertados, o Corinthians tem uma esperança para contratar no segundo semestre: as receitas do Itaquerão. Depois da Copa do Mundo, a diretoria acredita que o estádio pode render para o clube, até o fim de 2014, R$ 26 milhões.

"Vamos sair da despesa do Pacaembu e passar ter receita. A previsão é R$ 12 milhões, mas é conservadora. Devemos chegar aos R$ 26 milhões", diz o diretor de finanças, Raul Corrêa da Silva.

Segundo ele, nesse valor já estão descontados os pagamentos para amortizar a dívida e empréstimos pela construção da arena.

Se, até lá, for fechado acordo pelos naming rights, mais dinheiro poderá ser usado no futebol. O Corinthians pede R$ 400 milhões para que uma empresa dê o nome ao Itaquerão por 20 anos.

Em 2014, a diretoria tem se recusado a investir pesado. Uendel chegou de graça. O mesmo vale para Fágner, que espera para assinar contrato. Bruno Henrique custou R$ 1,5 milhão e o Corinthians quer parcelar o pagamento.

É uma mudança de atitude. No ano passado, o clube gastou R$ 63 milhões em novos jogadores.

"Os valores estão fora da realidade. Quem tem um jogador bom pede um valor irreal", defende o diretor de futebol, Roberto de Andrade, prestes a deixar o cargo.

A precaução do Corinthians faz parte de uma tendência no futebol estadual. Apenas o Palmeiras entrou forte no mercado. Adquiriu sete reforços. O São Paulo fechou apenas com o lateral Luis Ricardo. O Santos contou com o fundo Doyen Sports para ter Leandro Damião.

Até a oposição no Parque São Jorge admite que os custos do futebol estão muito pesados e precisam ser revistos.

"A folha de pagamento do time está em R$ 9 milhões. O [presidente] Mário [Gobbi] está tentando reduzir os gastos", afirma o conselheiro Osmar Stábile, possível candidato à presidência em 2015.

MENOS DINHEIRO

O receio em contratar é porque o clube não terá o dinheiro da Libertadores, torneio que, em 2012, rendeu para os cofres da equipe cerca de R$ 30 milhões, computadas bilheterias dos jogos, premiações e acordos de patrocínios pontuais.

De acordo com o balança divulgado no site corintiano, a arrecadação também caiu entre 2012 e 2013. Até o final de setembro de cada ano, reduziu de R$ 277 milhões para R$ 163 milhões.

Também há a lembrança de que, até junho, a única competição a ser disputada será o Campeonato Paulista. Torneio que não está no topo da lista de prioridades.

O desejo é vender atletas para fazer caixa. Há acordo verbal para negociar Edenílson com a Udinese, da Itália, por R$ 12 milhões. O Corinthians não confirma porque não há definição quanto à forma de pagamento.


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