Folha de S. Paulo


Campeonato Egípcio volta a ser disputado após tumultos

O campeonato de futebol do Egito teve novo recomeço nesta terça-feira, depois de dois anos de turbulências no país e várias tentativas de retomada da competição.

Porém, a primeira partida da temporada 2013/2014, o empate por 1 a 1 entre Petrojet e Talae a-Geish, ocorreu com portões fechados por ordem da federação egípcia. Outros cinco jogos estão marcados para os próximos dois dias.

Em fevereiro de 2012, mais de 70 pessoas morreram no estádio de Port Said em que jogaram Al Masry e Zamalek. Os conflitos foram relacionados à Primavera Árabe. O campeonato foi suspenso.

Desde 25 de janeiro do ano anterior, milhares de pessoas passaram a ir às ruas para protestar, e a pressão popular resultou no fim do regime ditatorial de Hosni Mubarak, que durava 30 anos. Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, foi democraticamente eleito presidente, derrotando o general da reserva Ahmed Shafiq, último premiê de Mubarak. Mursi, entretanto, acabou deposto em 2013.

A competição de futebol foi reiniciada no ano passado, mas acabou novamente paralisada em seguida, quando ocorreu o golpe militar. A continuação, prevista para agosto de 2013, foi adiada para setembro e só ocorreu agora.

Para evitar confrontos entre torcedores com diferentes orientações políticas, o Al Masry disputará seus jogos em Suez, e não em Port Said.

Os dois grandes clubes da capital Cairo, Al Ahly e Zamalek, atuarão em grupos diferentes.

No período de paralisação, o Al Ahly conquistou duas edições da Liga dos Campeões da África e representou o continente duas vezes no Mundial de Clubes.

Já a seleção egípcia, após campanha arrasadora, foi goleada por Gana por 6 a 1 e perdeu a vaga na Copa de 2014 no último confronto das eliminatórias africanas.

Xinhua/Amru Salahuddien
Manifestantes param para ver o jogo da seleção do Egito nas eliminatórias, na praça Tahrir, tradicional palco de protestos no Cairo
Manifestantes param para ver jogo da seleção do Egito nas eliminatórias, na praça Tahrir, tradicional palco de protestos no Cairo

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