Folha de S. Paulo


EUA anunciam atletas gays na delegação de Sochi-2014 e ausência de Obama

Em reposta à lei anti-gay na Rússia, os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira a inclusão de duas atletas gays em sua delegação para a Olimpíada de Inverno de Sochi-2014: a ex-tenista Billie Jean King e a jogadora de hóquei Caitlin Cahow.

Além disso, pela primeira vez desde 2000, os Estados Unidos não estarão representados na cerimônia de abertura por seu presidente, ex-presidente, vice ou primeira-dama. De acordo com um comunicado da Casa Branca, a agenda de Barack Obama não permite que ele viaje à Rússia.

"O presidente Obama está extremamente orgulhoso de nossos atletas e não vê a hora de torcer por eles de Washington. Ele sabe que eles vão mostrar ao mundo o melhor da América --diversidade, determinação e trabalho em equipe", diz o comunicado da Casa Branca.

Billie Jean King, 70, vai participar da cerimônia de abertura da Olimpíada de Inverno, no dia 7 de fevereiro, e disse estar "extremamente honrada" em ser incluída na delegação americana.

"Eu estou muito orgulhosa em poder estar com os membros da comunidade LGBT em apoio a todos os atletas que estarão competindo em Sochi e espero que esses Jogos Olímpicos sejam um divisor de águas para a aceitação universal de todas as pessoas", disse King.

Caitlin Cahow, 28, outra atleta declaradamente gay, vai representar os Estados Unidos na cerimônia de encerramento da competição, em 16 de março.

Aprovada pelo presidente Vladimir Putin em 29 de julho, a lei anti-gay russa tem causado controvérsia no mundo todo e preocupado atletas e cartolas.

De acordo com políticos russos, a lei não proíbe o homossexualismo, apenas desencoraja sua discussão por menores de 18 anos.

No texto original, ela criminaliza "a expressão pública de apoio a formas não-tradicionais de relacionamentos". Segundo Ielena Mizulina, uma das autoras da lei, esses relacionamentos são entre "homens e homens, mulheres e mulheres, bissexuais e transsexuais".

As punições a quem desrespeitar a lei vão de cerca de R$348, para indivíduos, até R$ 70 mil, para organizações e órgãos de imprensa. Estrangeiros podem ser multados, presos ou proibidos de voltar à Rússia.


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