Folha de S. Paulo


Empresário brasileiro lança equipe de automobilismo no Reino Unido

Se depender da vontade de José Gonsalves Rosate, empresário do ramo de distribuição de combustíveis, seu filho e pilotos de kart brasileiros terão mais condições de brigar por um sonho comum à maioria dos corredores: chegar à F-1.

Pai do piloto de kart João Rosate, 14, o empresário lança hoje, em São Paulo, a PetroBall, equipe brasileira que disputará a Fórmula 4, no Reino Unido, a partir de 2014.

A categoria foi criada neste ano pelo ex-piloto de F-1, Jonathan Palmar, para servir de alternativa acessível aos pilotos que pretendem iniciar uma trajetória em busca do grupo principal. É uma espécie de transição entre o kart e as categorias (Fórmula 3, GP2) que costumam anteceder a F-1.

Dois brasileiros já correm por lá: o brasiliense Gustavo Lima,16, e Pietro Fittipaldi, 17, neto do Emerson.

A ideia do empresário é abrir uma porta para talentos brasileiros e garantir suporte --principalmente extrapista-- para que mais pilotos do país superem a fase inicial na Europa, criando mais chances para que um chegue até a F-1.

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Pietro Fittipaldi, neto do Emerson, no carro da Fórmula 4 britânica
Pietro Fittipaldi, neto do Emerson, no carro da Fórmula 4

"Quando Ayrton Senna foi à Europa, havia menos pilotos. Hoje, o mundo inteiro se prepara. Se o Brasil não se posicionar, como vamos fazer?", diz o diretor da equipe, José Roberto Sabathe.

A primeira temporada da Fórmula 4 teve a participação de pilotos de países como China, Malásia e África do Sul.

Todos competem com o mesmo carro: os monopostos 2.0 de 185 cv construídos pelo grupo de Ralph Firamn, ex-pioloto de F-1.

Os quatro da PetroBall já estão em processo de fabricação. Serão usados pelo grupo que se formará dos cerca de 15 pilotos que estão hoje no radar da equipe, a maioria do kart.

"A maior preocupação dos pais do kart no Brasil é o que fazer depois. A demanda é grande.", diz Sabathe.

A PetroBall é uma empresa constituída no Reino Unido e integra o grupo de mesmo nome no Brasil. Os custos para os pilotos interessados em fazer parte do time giram em torno de R$ 250 mil por temporada. A expectativa é que o valor seja pago por patrocinadores.

Dez profissionais darão suporte aos corredores, entre eles um engenheiro de pista. Os atletas ficarão hospedados em uma casa do time.

Para Pietro Fittipaldi, a criação de uma equipe brasileira pode ajudar a dar confiança aos pilotos do país. "Quando você vem correr na Europa, tem que morar, então tendo uma galera (sic) brasileira, vai ajudar. Até eu senti quando morei fora de casa, acontece com todo mundo", diz.

O piloto, que ingressou na categoria como parte do programa de formação de pilotos do bilionário mexicano Carlos Slim, vê espaço para mais brasileiros na Fórmula 4.

"Seria bom ter mais brasileiros correndo lá. Europa é o caminho para chegar à Fórmula 1". Segundo ele, a principal vantagem da nova categoria é a possibilidade de correr em circuitos da principal categoria do automobilismo, como Silverstone.


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