Folha de S. Paulo


Palmeiras e WTorre divergem sobre documento

A construtora WTorre afirma que jamais enviou ao Palmeiras a minuta de um contrato para ser aprovado no Conselho Deliberativo, como o clube argumenta.

O documento, segundo conselheiros do Palmeiras, indicaria a divisão de cadeiras a serem comercializadas no no estádio do clube.

Reportagem publicada pela Folha de ontem revelou que há um conflito de interesses entre Palmeiras e WTorre a respeito do número de assentos que cada uma das partes pode explorar.

Fontes da construtora ouvidas pela reportagem garantem que o material enviado para a discussão e a aprovação do modelo de gestão do novo estádio foi apenas um projeto com as perspectivas de receitas futuras.

Nesse projeto, diz a WTorre, havia uma menção informal ao número de 10 mil cadeiras como exemplo da divisão de rendimentos.

A construtora afirma, porém, não estar em choque com o clube.

DIVERGÊNCIAS

O Palmeiras acredita que só deva ceder 10 mil cadeiras para serem comercializadas pela WTorre.

Já a construtora se baseia no contrato assinado, que não faz referência ao número de assentos a serem explorados por uma e outra parte.

No trecho do contrato que aborda a remuneração nos shows e na bilheteria dos jogos, há mais consenso entre clube e construtora.

Nos espetáculos musicais, venda de "naming rights" e venda de cadeiras, o Palmeiras terá participação de 5% nos primeiros cinco anos --o percentual cresce a cada cinco anos.

Já nas partidas de futebol, o Palmeiras poderá contar com 100% da bilheteria.

Mesmo que venda assinaturas anuais de cadeiras cativas do total de 45 mil lugares do estádio, a WTorre terá de remunerar o Palmeiras em todos os jogos.

Pagará o valor equivalente ao bilhete mais barato da temporada passada.

Numa simulação com o preço da arquibancada na partida entre Palmeiras e Chapecoense, da última terça, em que o ingresso mais baixo custou R$ 40, a WTorre teria de pagar esse valor por cada uma dos 45 mil assentos que tiver vendido.

Nesse caso, o Palmeiras receberia R$ 1,8 milhão a cada partida, mesmo sem ter ocupação completa.

Neste ano, a maior arrecadação obtida pelo Palmeiras aconteceu na partida contra o Libertad, em abril, pela Taça Libertadores. Com 35 mil espectadores, o clube arrecadou R$ 1,3 milhão.


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