Folha de S. Paulo


CBF tenta o resgate de R$ 30 milhões do Banco Rural

A CBF tem ao menos R$ 30 milhões retidos no Banco Rural. O valor representa mais da metade do lucro da entidade no ano passado, primeiro ano da gestão de José Maria Marin, de R$ 55 milhões.

A liquidação do banco na semana passada abriu uma crise na CBF. O diretor financeiro Antonio Osório e o tesoureiro Ariberto dos Santos foram afastados por Marin.

Eles usavam o banco para fazer operações cambiais da CBF há mais de dez anos. O Rural ficou conhecido por operar contas do mensalão, esquema de corrupção de congressistas pelo governo.

A cúpula da CBF avaliou que os funcionários poderiam ter resgatado o valor antes da liquidação do banco. Executivos do Rural disseram que foram surpreendidos pela decisão do Banco Central.

Agora, a entidade negocia a liberação do dinheiro, que não tem prazo para ocorrer.

Pedro Ladeira-10.jul.2013/Folhapress
O presidente da CBF, José Maria Marin (esq.), ao lado do presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo del Nero
O presidente da CBF, José Maria Marin (esq.), ao lado do presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo del Nero

Osório e Santos eram homens de confiança do ex-presidente da entidade Ricardo Teixeira. No pacto firmado entre o ex-cartola e Marin, que o substituiu, todos os dirigentes ficariam nos cargos.

Dentro da CBF, Osório é um dos mais próximos aliados do ex-presidente, que hoje mora em Miami. Ele liga regularmente para o cartola e passou férias com ele nos EUA.

Apesar de Marin ter ficado descontente com a gestão financeira dos dois, o cartola preferiu não demiti-los. Avaliou que os dois, que conhecem as contas da entidade, poderiam atrapalhar o processo eleitoral se saíssem.

Em abril, a CBF fará nova eleição. O vice-presidente da entidade, Marco Polo del Nero, é candidato. Andres Sanchez, ex-presidente do Corinthians, tenta viabilizar uma chapa de oposição.

A CBF não comentou o motivo do afastamento dos funcionários. Em nota, afirmou que "as medidas administrativas devem permanecer no âmbito interno da entidade".

Com o afastamento, o secretarário-geral da entidade, Júlio César Avelleda, vai acumular o cargo de Osório.


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