Folha de S. Paulo


Mineirinho prevê dificuldades para se manter no topo do surfe

Após chegar ao topo do ranking mundial ao ficar na segunda colocação da etapa do Rio, o surfista brasileiro Adriano de Souza, o Mineirinho, prevê dificuldades para se manter como o número um do esporte.

O atleta viajou nesta semana para Fiji, local da quarta etapa do WCT (competição de elite do surf mundial) na temporada. A disputa começa neste domingo.

"Não tenho tempo para descansar e treinar. É mais difícil manter o topo do que chegar lá. Após chegar à liderança, o meu objetivo é manter esta constância", disse à Folha por telefone.

O brasileiro, que liderou o ranking por sete semanas em 2011, está com 18.500 pontos no ranking, mas é seguido de perto pelo sul-africano Jordy Smith (18.250). Na atual temporada, Mineirinho venceu a etapa de Bells Beach, na Austrália, e ficou em segundo lugar no Rio.

"Desde a minha conquista [em Bells Beach], estou descansando só agora. Um mês e dez dias pensando neste campeonato no Rio de Janeiro. Fiquei feliz por ter feito uma boa etapa e terminado na segunda colocação. Fui para Indonésia e treinei por 20 dias. Depois terminei a preparação na Califórnia e, de lá, vim direto para Rio", disse.

O surfista acredita que os últimos resultados e a liderança do ranking o transformaram em uma referência no Brasil, que nunca viu um surfista ser campeão do ranking. Algo bem diferente de Estados Unidos e Austrália, que possuem 15 títulos cada --o norte-americano Kelly Slater é o maior vencedor com 11.

"Acho que sou uma referência no surf brasileiro por ser líder do ranking e reconhecido em outros lugares do mundo. Mas o surf não tem tanta visibilidade no Brasil. Com os brasileiros se destacando, o surf vai ganhando espaço e visibilidade, mas aqui é o país do futebol", afirmou.

"Está na cultura do brasileiro e na minha também. Eu sou apaixonado por futebol. Não tenho como reclamar deste monopólio", concluiu.


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