Folha de S. Paulo


Análise do PVC: Ferguson, o grande gerente

Alex Ferguson jogava golfe quando soube por um carregador de bolas que seu primeiro título inglês havia sido conquistado. O Aston Villa perdeu para o Oldham. Era impossível tirar a taça do Manchester United. Acabava um jejum de 26 anos sem taças.

26 anos!

De 1967, quando Matt Busby era o treinador, até 1993, quando Alex Ferguson abriu a era Premier League indicando haver uma supremacia. Em 21 anos do novo futebol inglês, o Manchester ganha dois títulos para cada um entregue a um rival.

Em 27 campeonatos pelo United, Ferguson ganhou 13. Também levantou 5 Copas da Inglaterra e foi duas vezes campeão da Liga dos Campeões. Mais quatro Copas da Liga, dez supercopas.

O Manchester United esperou sete anos para ganhar o primeiro título inglês sob o comando de Ferguson, porque sua história já era de vitórias antes. Em 1983, levou o modesto Aberdeen, da cidade do mesmo nome no norte da Escócia, a vencer o Real Madrid na final da Recopa, velha competição europeia disputada pelos vencedores de copas nacionais. Em 1986, foi técnico da seleção da Escócia na Copa do Mundo do México.

Ferguson nunca foi um estrategista. Cercou-se deles. Em 27 temporadas no Manchester United, teve sete assistentes, muitos responsáveis pelos treinamentos de campo: Archie Knox, Brian Kidd, Steve McLaren, Jimmy Ryan, Carlos Queiroz, Walter Smith e Mark Phelan, o atual. Ferguson não é o gênio da tática, mas do gerenciamento. Não se passa 26 anos no mesmo lugar sem capacidade de gerenciar talentos e vaidades.

Mas viveu problemas, como acusações de seu filho Jason, agente de jogadores, levar vantagem em negócios comandados pelo pai. Ferguson nunca foi santo, ou não trabalharia tanto tempo para os diabos vermelhos.

Mas foi bom. Muito bom! O mais vitorioso treinador da história do futebol inglês.

Editoria de Arte/Folhapress

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