Folha de S. Paulo


Após críticas, Pirelli diz que pneus não fazem da F-1 uma loteria

Depois de Xangai assistir a um dos treinos de classificação com menos tempo de carros na pista por causa da obrigação de poupar pneus para o dia da corrida, pilotos e equipes da F-1 deram início a um movimento para forçar a Pirelli a melhorar a durabilidade de seus compostos.

Foram inúmeras reclamações no final de semana do GP da China e ontem, os protestos surtiram os primeiros resultados depois que a fabricante anunciou que irá trocar o tipo de compostos que colocará à disposição dos times para o GP do Bahrein, que ocorre neste fim de semana.

Em vez de oferecer os pneus macios e duros para o circuito de Sakhir, como inicialmente programado, a empresa italiana optou por levar ao Bahrein médios e duros.
E, apesar de dizer que a mudança de última hora nada tem a ver com as situações quase bizarras ocorridas na China, este é o primeiro passo para atender às reivindicações de times e pilotos.

"Não acho que seja uma boa o fato de nossos pilotos estarem correndo a cerca de 70% do potencial do carro durante a maior parte da corrida", reclamou Christian Horner, chefe da Red Bull, uma das mais críticas aos pneus desenvolvidos para este ano.

"Eles querem chegar ao limite, guiar o mais duro possível e não querem ficar presos a porcentagens. A Pirelli é uma empresa bastante capaz e tenho certeza de que eles irão resolver o problema rapidamente", completou.

Em Xangai, os compostos macios duravam cerca de cinco ou seis voltas. Justamente por isso, tanto a Red Bull quanto a McLaren fizeram estratégias arriscadas na classificação para tentar minimizar os prejuízos na corrida.

Como pelo regulamento os pilotos são obrigados a largar com os compostos com os quais se classificam, ambas optaram por deixar Sebastian Vettel e Jenson Button, respectivamente, com tempos não tão bons anotados com os compostos mais duros para que depois recuperassem a desvantagem na prova.

Vettel largou em nono e chegou em quarto e Button partiu em oitavo e completou a corrida em quinto lugar.

"Chega a ser doloroso ter que pedir a seus pilotos que eles guiem em um certo ritmo [para que os pneus resistam]", declarou Martin Whitmarsh, chefe da McLaren.

Apesar de todas as críticas, a Pirelli diz que na F-1 sempre houve elementos limitadores de performance. "Não são apenas os pneus. Há motores, freios e outras coisas", disse Paul Hembery, chefe da fornecedora de compostos.

"No fim das contas, a verdade é que os pneus não fazem da F-1 uma loteria e uma coisa é certa, no final da temporada, os pilotos que estiverem na frente serão sempre os melhores", completou.


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