Folha de S. Paulo


Presidente da comissão de arbitragem da CBF deixa cargo

O presidente da comissão de arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Aristeu Leonardo Tavares, deixou o cargo nesta terça-feira, seis meses após assumir a função. A entidade apontou Edson Rezende, corregedor da comissão de arbitragem e ex-presidente do órgão, para ocupar interinamente a vaga.

A saída de Aristeu Tavares foi confirmada pelo vice-presidente da CBF Marco Polo Del Nero. "Ele pediu demissão após uma conversa com ele", disse a jornalistas o dirigente, que preside a Federação Paulista de Futebol (FPF) e é integrante do comitê executivo da Fifa.

Aristeu Tavares havia assumido o posto no ano passado após reclamações e insatisfação dos clubes com os erros de arbitragem no futebol brasileiro.

Rafael Ribeiro/Divulgação/CBF
Aristeu Tavares (esq.) tinha sido nomeado por Marin
Aristeu Tavares (esq.) tinha sido nomeado por Marin

Porém, em entrevista ao jornal "O Popular", de Goiás, Tavares revelou a suspeita sobre a possível participação de árbitros brasileiros no esquema de manipulação de jogos. Segundo ele, a CBF está acompanhando o andamento do caso e dando o respaldo necessário à comissão de arbitragem.

"Existem denúncias e, repito, foram de pronto encaminhamento para o Ministério Público, que é o órgão fiscal da lei. Eu esperei virar o ano, ver as denúncias e as coletas de provas. Eu quero acompanhar isso. Vou pedir para verificar com o Ministério Público como que está isso, se houve evolução", disse ele, segundo o jornal.

"Temos de acompanhar. É uma obrigação nossa. Somos fiscais da moralidade da arbitragem nacional. Posso dizer que a CBF tem colocado ferramentas à disposição, inclusive da população, para fiscalizar isso", acrescentou ele, que também disse que os árbitros suspeitos continuam atuando no futebol brasileiro, mas sendo vigiados.

Ao ser questionado se a entrevista foi a causa da demissão do presidente da comissão de arbitragem, Del Nero não quis confirmar. "Não foi discutido nada. Ele só pediu demissão...ele não fez alegação nenhuma, só pediu exoneração", afirmou.

Em 2005, 11 jogos do Campeonato Brasileiro foram anulados depois da denúncia de que o árbitro Edílson Pereira de Carvalho estava envolvido com uma máfia de apostas. O árbitro que integrou os quadros da Fifa foi banido do futebol.


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