Folha de S. Paulo


Armstrong pede desculpas para seus funcionários antes de entrevista para TV

Lance Armstrong, 41, pediu desculpas para os funcionários mais próximos de sua fundação Livestrong, nesta segunda-feira, antes de quebrar o silêncio publicamente.

O ex-ciclista americano falará pela primeira vez após sua exclusão vitalícia do esporte acusado de doping em uma entrevista para a apresentadora e empresária Oprah Winfrey.

"Estou calmo e pronto para conversar tranquilamente", afirmou Armstrong para a agência de notícias Associated Press no domingo, se referindo à entrevista que dará em sua casa.

"Disse a ela [Winfrey] para ir onde quiser, eu irei responder todas as perguntas honesta e diretamente, e de forma tranquila", completou.

O programa será transmitido pelo canal OWN, de Oprah, no dia 17. Será a primeira vez que Armstrong falará à imprensa desde que foi banido do ciclismo e teve seus sete títulos da Volta da França cassados.

Oprah Winfrey é uma das mais influentes personalidades da televisão americana.

"Armstrong tratará do suposto escândalo de doping, dos anos de acusações de trapaça, e das acusações de mentir sobre o uso de drogas que melhoram o desempenho ao longo da sua conhecida carreira no ciclismo", disse a rede em nota.

No começo do mês, o jornal "The New York Times" noticiou que Armstrong contou a pessoas próximas e a autoridades antidoping que estava cogitando admitir o uso de substâncias proibidas.

Segundo o NYT, Armstrong esperava convencer as autoridades a autorizá-lo a participar de competições que adotam o Código Mundial Antidoping, e das quais o norte-americano está atualmente banido pelo resto da vida.

Mas Tim Herman, advogado do atleta, disse posteriormente ao jornal "USA Today" que não houve negociações com agências antidoping acerca de tal admissão.

Armstrong sempre negou veementemente as acusações de doping, e nunca teve resultado positivo num exame.

Mas em 10 de outubro um relatório da Usada (agência antidoping dos EUA) apontou o envolvimento dele no "mais sofisticado, profissionalizado e bem sucedido programa de dopagem que o esporte já viu", envolvendo esteróides anabolizantes, hormônios do crescimento humano, transfusões de sangue e outras infrações.

Menos de duas semanas depois, as sete vitórias de Armstrong na Volta da França foram anuladas, e ele foi banido do ciclismo pelo resto da vida, já que a União Internacional do Ciclismo ratificou as sanções da Usada contra ele.

Em novembro, Armstrong, sobrevivente de um câncer de testículo, renunciou ao cargo de conselheiro da ONG Livestrong, voltada para o combate ao câncer, que ele fundou em 1997.

Editoria de Arte/Folhapress

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