Folha de S. Paulo


Promotoria abre investigação sobre merenda nas escolas técnicas de SP

O Ministério Público Estadual abriu nesta quinta-feira (5) dois inquéritos para apurar a situação das merendas e a relação com os alunos nas Etecs (Escolas Técnicas Estaduais).

O promotor da Educação João Paulo Faustinoni e Silva afirmou, em despacho, que não houve apresentação de proposta concreta durante audiência com os estudantes e representantes do Centro Paula Souza, que administra as escolas técnicas, para melhorar a situação da merenda nas unidades.

Ele também afirma também que vai investigar "alimentação não seria ofertada em toda a rede e que, em boa parte das Etecs, a oferta se resumiria à denominada merenda seca, pouco nutritiva". A Folha revelou na quarta (4) que uma a cada três Etecs tem a merenda seca.

Entre os questionamentos que o promotor fará ao Centro Paula Souza estão os planos para oferecer alimentação saudável aos alunos em curto prazo.

O movimento de ocupação de escolas técnicas no Estado de São Paulo, que começou há uma semana na sede do Centro Paula Souza, na região central da capital paulista, agora se espalhou para todas as regiões da cidade e já atingiu ao menos 11 unidades nesta quinta (5).

As ocupações dos prédios por estudantes afetam as aulas de forma total ou parcial. Unidades na Grande SP, como a Etec de Embu das Artes, também chegaram a ter as atividades interrompidas pelos alunos, mas voltaram a operar normalmente.

DIÁLOGO

O outro inquérito vai apurar os canais de diálogo com os alunos nas Etecs e escolas estaduais. Ele afirma que, diante dos protestos, o governo "retoma a administração as mesmas condutas, sem que tenhamos notícias do aperfeiçoamento das medidas preventivas e/ou de fortalecimento da gestão democrática que possam evitar o recrudescimento de conflitos e a reiteração de eventos que colocam em risco".

Na saída de audiência pública na quarta (4), representante do Centro Paula Souza afirmou que os estudantes se recusaram a negociar. Eles também faltaram a encontro com o secretário e vice-governador Márcio França, para apresentação de propostas.

O Centro Paula Souza afirma que a entidade sempre esteve aberta ao diálogo com os estudantes. "Os manifestantes, a todo momento, recusaram-se a conversar, alegando que não formariam uma comissão para ser recebida porque seu movimento é 'horizontal', 'não têm líderes' e não querem 'destacar' alguns alunos", afirma nota do órgão. "No entanto, os estudantes formaram uma comissão para a audiência de conciliação no Fórum Hely Lopes Meirelles, diante da exigência do Judiciário", acrescenta o Centro Paula Souza.

O órgão afirma que os alunos faltaram a reunião nesta quinta. "O Centro Paula Souza propôs aos alunos a desocupação do prédio na manhã desta quinta-feira, 5 de maio. Após a desocupação, eles se reuniriam com o vice-governador, Marcio França, e com a diretora-superintendente do Paula Souza, Laura Laganá, para apresentar sua pauta de reivindicações, que seria respondida em 15 dias. Novamente, os estudantes não compareceram", afirma a nota.


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