Folha de S. Paulo


Em assembleia, professores da rede estadual decidem manter greve em SP

Professores da rede estadual de São Paulo decidiram na tarde desta sexta-feira (20) manter a greve da categoria, que foi iniciada na última segunda-feira (16).

A categoria, que iniciou a paralisação há uma semana, realizou uma assembleia no vão livre do Masp, na avenida Paulista (região central de SP) para decidir se mantém a greve. Segundo estimativa da PM, cerca de 4.000 compareceram no ato. Os organizadores do protesto apontam em torno de 40 mil.

Depois da assembleia, os manifestantes seguirem rumo à sede da Secretaria da Educação, na praça da República, também no centro da capital paulista, onde chegaram por volta das 16h40.

Marlene Bergamo/Folhapress
Professores fazem assembleia e decide manter grave iniciada na semana passada
Professores fazem assembleia e decide manter grave iniciada na semana passada

Eles gritam palavras de ordem contra o governador do Estado, Geraldo Alckmin. Gritos de "governador, essa novela é um filme de terror" foram ouvidos pela reportagem. Eles se referem a uma declaração de Alckmin, que afirmou, se referindo à greve, que "todo ano é essa novela".

A assessoria do sindicato afirmou que tem conversado com o governo estadual, mas que este não tem dado nenhum aceno na direção do reajuste salarial. A presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, disse em entrevista à Folha, que o governo não negocia com a categoria.. A gestão de Geraldo Alckmin (PSDB), no entanto, nega essa informação.

Procurada, a Secretaria da Educação do Estado afirmou que considera legítimo o direito à manifestação, mas orienta que os estudantes compareçam normalmente às aulas. Ela disse ainda, em nota, que 96% dos professores comparecem normalmente à aula.

"A pasta acredita que a decisão de um dos sindicatos de professores, a Apeoesp, não representa os mais de 230 mil professores da rede", disse a secretaria. Segundo o sindicato, 175 mil professores são associados à Apeoesp.

A categoria, que tem a data-base em março, reivindica reajuste salarial de 75,33%, o que, segundo o sindicato, visa a equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior –o piso dos professores estaduais é de R$ 2.415,89.

Segundo a secretaria, a categoria teve, em quatro anos, um aumento acumulativo de 45% e alcançou o piso 26% maior do que o nacional. "Os profissionais da Educação ainda podem conquistar o reajuste salarial anual de 10,5% por meio da valorização pelo mérito. E recebem bônus por resultados obtidos por seus alunos", destacou a pasta.


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