Folha de S. Paulo


Ensino on-line avança em faculdades nos EUA; modelo deve chegar ao Brasil

Num momento em que universidades no mundo todo procuram novas formas de ensino, influentes escolas americanas escolheram um caminho: o uso massivo de atividades on-line mesmo a alunos de cursos presenciais.

Pesquisadores brasileiros afirmam que a tendência deve chegar também ao país.

Neste ano, a questão apareceu com destaque em documento do MIT (Instituto Tecnológico de Massachusetts) que projeta como estará em 2020 a instituição, uma das 10 melhores do mundo em rankings internacionais.

Uma das recomendações é apostar em um modelo mesclado entre atividades presenciais e a distância para seus estudantes regulares.

Editoria de arte/Folhapress

A opção, segundo o documento, permite que o ensino fique mais interessante e menos caro –hoje, um aluno de graduação do MIT tem de pagar anualmente US$ 45 mil (R$ 113 mil) em taxas.

Ex-reitor da USP e pesquisador de ensino superior, Roberto Lobo afirma que o modelo mesclado permite que as universidades aumentem o número de alunos –uma plataforma virtual pode comportar muito mais estudantes que uma sala de aula.

No caso do MIT, hoje apenas 8% dos candidatos conseguem vaga. Para Lobo, é um "desperdício de recursos humanos" e de renda.

O MIT discute agora como implementar as medidas e em qual velocidade. Ainda não está definida qual será a participação das atividades online nos currículos.

Para Renato Pedrosa, coordenador do grupo da Unicamp que estuda ensino superior, a expansão do modelo que mescla ensino virtual e presencial em escolas de ponta é "irreversível" e certamente chegará ao Brasil.

Esse formato, diz Pedrosa, é positivo ao permitir que as universidades se concentrarem em atividades que exijam a presença física dos alunos, por exemplo em laboratórios.

A legislação do Brasil permite que até 20% da carga horária mínima de um curso presencial possa ser dada a distância. Quem mais tem usado a possibilidade são faculdades particulares.


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