Folha de S. Paulo


Unifesp é contra medida que estende duração do curso de medicina

A Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) divulgou uma nota nesta quarta-feira na qual diz ser contrária à medida do governo para aumentar a duração do curso de medicina de seis para oito anos.

A universidade afirmou que já cumpre resolução do Conselho Nacional de Educação para inserir seus alunos em programas de assistência do SUS (Sistema Único de Saúde) e que não há necessidade de mudanças. A direção da Unifesp, entretanto, ressaltou que é necessário investimentos em infraestrutura para que essas ações sejam feitas plenamente no atual plano de seis anos.

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O diretor da universidade, Antonio Carlos Lopes, encerrou a carta dizendo que a Unifesp "expressa seu repúdio a decisões que interferem com a graduação de alunos de medicina sem ampla discussão prévia com as escolas médicas, entidades formadoras e comprometidas com a saúde no Brasil".

MAIS DOIS ANOS

Com a nova medida do governo, além de cursarem os seis anos hoje previstos, alunos que ingressarem na graduação no início de 2015 deverão trabalhar dois anos na rede pública de saúde antes de conseguirem o registro definitivo de médico.

Nesse período extra, chamado de "2º ciclo" pelo governo, o médico continuará em formação, trabalhando exclusivamente em postos de saúde, pronto socorros e no Samu, sempre vinculado à instituição de ensino original. Ou seja, não poderá dar plantão por fora nem abrir consultório. Receberá uma bolsa do Ministério da Saúde, com valor ainda não definido --a expectativa é que fique entre R$ 3.000 e R$ 8.000.

Editoria de Arte/Folhapress

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