Folha de S. Paulo


Mulheres lideram casamentos gays na região de Ribeirão Preto

O sonho feminino do casamento fez com que a união civil entre mulheres do mesmo sexo fosse maior em relação ao casamento entre homens na região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo).

Esta é a explicação de especialista e casais para os dados do IBGE, que apontam que as mulheres lideraram o número de registros em 2013.

Segundo a pesquisa, foram 70 casamentos civis femininos e 36 masculinos, em 23 municípios da região.

A professora de música e cantora Renata Prado, 26, e sua mulher, a empresária Manuela Neves, 25, fazem parte desta estatística.

Elas se casaram em setembro do ano passado, após um ano de namoro. "Era um sonho casar", afirmou.

A união foi realizada em Franca (a 400 km de São Paulo), sem cerimônia religiosa, com festa e a presença das famílias e amigos.

Edson Silva/Folhapress
O empresário Sanderson Ferreira casou com o sócio Andy Gallego numa festa para amigos e a família
O empresário Sanderson Ferreira casou com o sócio Andy Gallego numa festa para amigos e a família

Além de realizar o sonho, as mulheres optaram por garantir os direitos sociais, como a inclusão da cônjuge no plano de saúde e adoção de uma criança no futuro.

Os efeitos do registro civil foram além, segundo elas.

"Quando você se diz casada, diminui o preconceito. Passa uma imagem de seriedade e compromisso perante a sociedade", disse.

Ainda assim, a aceitação dos casamentos homossexuais não é absoluta.

O empresário Sanderson Ferreira, 19, casou com o sócio, Andy Gallego, 31, numa festa para amigos e a família.

"As famílias não têm nada contra nós, mas também não convivem conosco", disse.

Para o presidente da comissão da diversidade sexual da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), a advogada Maria Berenice Dias, o casamento gay pode ser considerado forma de ativismo.

"Você escancara para a sociedade", afirmou.


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