Folha de S. Paulo


Para restaurar igreja, padre pede doações na região de Ribeirão

Para tentar recuperar as igrejas com problemas estruturais em cidades da região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), padres têm recorrido aos fiéis com campanhas para a arrecadação de dinheiro.

O início da reforma da igreja São João Batista, em Bebedouro (a 381 km de São Paulo), só foi possível depois que o padre distribuiu carnês de contribuição aos fiéis.

Em Araraquara (a 273 km de São Paulo), o padre Celso Luiz Biffi iniciou uma campanha para tentar arrecadar R$ 200 mil para a reforma da igreja São Benedito.

Um grupo de católicos circula pela cidade coletando doações de moradores.

Quem doar poderá colocar seu nome no chamado Livro de Ouro que ficará na igreja reformada.

Além dos pedidos de doação, o grupo da paróquia pretende realizar eventos como quermesses na praça em frente à igreja, na Vila Xavier.

Foi por meio de uma campanha que o padre Luis Gustavo Benzi conseguiu ampliar a paróquia Cristo Operário e São Judas, na Vila Abranches.

A reforma teve início em abril de 2013 e está em fase de acabamento. Segundo Benzi, a campanha conseguiu arrecadar mais de R$ 250 mil para a reforma do local.

Fizemos carnês de doações espontâneas e pequenas, em torno de R$ 20.

O prédio, que antes tinha capacidade para 150 pessoas, agora comporta 350.

Em Bebedouro, o padre Marcelo Adriano Cervi lançou a campanha Amigos da Catedral para recuperar a São João Batista.

Ele afirma que precisa arrecadar R$ 170 mil para a primeira fase da reforma. Conseguimos até o momento 20% desse valor, afirmou o padre sobre a campanha, que teve início em outubro.

Para a historiadora e especialista em patrimônio religioso Nainôra Maria Barbosa Freitas, as igrejas merecem ser preservadas principalmente pela sua importância histórica para as cidades.

Estes prédios abrigaram o circuito de festas que faziam parte da sociedade, onde as pessoas arrumavam namorado, faziam negócios, circulavam notícias, disse.

ALÉM DA FÉ

Para ela, preservar esses patrimônios vai além da questão da religião e vale também para templos de outras crenças.

Preservar o patrimônio arquitetônico sacro é fundamental não só para a comunidade católica, disse o arquiteto e docente de história da arquitetura da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Marcos Tognon.

Segundo ele, esses prédios e suas organizações sociais foram importantes para a constituição de grande parte das cidades. A responsabilidade pela preservação dessas igrejas, afirma, é da própria comunidade e de suas lideranças religiosas paroquiais e diocesanas.


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