Folha de S. Paulo


Hospital de Câncer de Barretos inicia cirurgia com robô

O Hospital de Câncer de Barretos (a 423 km de São Paulo) começou nesta segunda-feira (17) a usar um robô em cirurgias de alta precisão para retirada de tumores de câncer.

O hospital é o primeiro do interior do Estado a ter cirurgias robóticas desse tipo. Doado em 2012 pela Cutrale, empresa de suco, o robô custou cerca de R$ 5 milhões.

Porém, só agora o equipamento pode começar a operar, após o hospital garantir doações necessárias para a manutenção da máquina, que em dez anos deve custar mais de R$ 5 milhões.

O equipamento pode ser usado em cirurgias de tumores urológicos, ginecológicos e nos sistemas digestivos alto e baixo. Serão feitas dez cirurgias de cada tipo por mês.

Para o ano que vem, o robô deve ser usado também para cirurgias de tumores de cabeça e pescoço.

O equipamento tem capacidade para realizar 50 procedimentos mensais, mas o hospital depende, e continua em busca, de mais doações para poder ampliar a capacidade de operações robóticas.

Divulgação
Sala de cirurgia do hospital, que já funciona com o robô doado por empresa de produção de suco
Sala de cirurgia do hospital, que já funciona com o robô doado por empresa de produção de suco

"Vamos ter um salto de qualidade nas cirurgias. O sonho é que todos pudessem ser operados com o robô, mas o custo é muito alto", disse Henrique Prata, administrador da instituição, que mantém sua estrutura com doações de artistas e empresas.

A principal vantagem é na realização de cirurgias de próstata, com redução dos riscos de efeitos colaterais, como impotência e incontinência urinária, principalmente em homens com idade menos avançada.

O hospital realiza cerca de 35 cirurgias de próstata por mês. Por isso, a intervenção robótica será feita prioritariamente em pacientes mais novos e que ainda não tenham impotência sexual.

"A chance de um homem ficar impotente com a cirurgia robótica é de apenas 3%, porque a máquina é mais precisa e tem movimentos mais firmes que a mão humana", disse Eliney Faria, responsável por operar as cirurgias urológicas com o robô.

No Estado, o equipamento já é utilizado pelo Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira).

O Inca (Instituto Nacional de Câncer), do Rio, e o Hospital das Clínicas de Porto Alegre também usam esse tipo de robô.


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