Folha de S. Paulo


Bebedouro (SP) inicia novo racionamento após situação crítica

Pela segunda vez neste ano, o departamento de água de Bebedouro (a 381 km de São Paulo) estabeleceu o sistema de racionamento de água na cidade depois que um dos reservatórios da cidade atingiu nível crítico.

Com Bebedouro, dez cidades na região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) já adotaram a medida que atinge agora oficialmente 321 mil habitantes.

Segundo o diretor do Saaeb (Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Bebedouro), Gilmar Feltrin, o nível do CAP 1 (estação de captação de água), ficou abaixo do necessário para que o bombeamento da água possa ser feito. "Começou a bombear ar e tivemos de parar", afirmou.

O corte programado teve início nesta quinta-feira (21) e será realizado diariamente das 13h às 16h para toda cidade. Não há previsão de término para o racionamento.

A cidade já havia racionado água em fevereiro.

No início do ano, no entanto, o problema foi no reservatório da CAP 2, que também estava com nível crítico.

Segundo Feltrin, além da estiagem prolongada que afetou a vazão do córrego da Consulta –que abastece o CAP 1–, o alto consumo da população também é um dos motivos da situação atual.

"A população parece não ter consciência. É a farra da água", afirmou Feltrin.

Em Bebedouro, o consumo de água por dia passa de 210 litros por habitante. De acordo com a Saaeb, o nível ideal seria de 180 litros diários.

Edson Silva - 18.ago.2014/Folhapress
Reservatório de água de Bebedouro, abastecido pelo córrego da Consulta, com nível baixo
Reservatório de água de Bebedouro, abastecido pelo córrego da Consulta, com nível baixo

Desde o racionamento no início do ano, os níveis dos córregos da Consulta e do Retiro, onde o município capta 70% da água, já baixaram cerca de 30 centímetros.

Em abril, a cidade passou a multar em R$ 50 o desperdício de água.

Segundo Feltrin, desde então, a fiscalização tem feito em média 60 notificações por semana. A pessoa precisa ser notificada duas vezes para que a multa seja aplicada.

Ele não soube informar o número de multas aplicadas.

CALAMIDADE

Já em Tambaú (a 257 km de São Paulo), o departamento de água da cidade voltou a liberar o fornecimento de água para parte da cidade nesta quinta-feira.

O município decretou calamidade pública na terça-feira (19), depois que a única represa da cidade atingiu o menor nível histórico.

Por causa disso, o abastecimento foi cortado totalmente para todo o município para que o reservatório pudesse recuperar o nível.

Foram dois dias e meio sem água nas torneiras.

A cidade tem 23.159 habitantes, segundo último levantamento do IBGE.

O abastecimento foi restabelecido com o racionamento –implantado no município desde abril–, porém, com o horário ampliado.

Agora, os bairros ficarão um dia com água e dois sem, em sistema de rodízio.

Antes do estado de calamidade, o período máximo de corte era de um dia.

Em junho, o município decretou estado de emergência.

Desde então, máquinas do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) auxiliam no abastecimento.

A prefeitura de Tambaú pede aos governos estadual e federal verba de R$ 15 milhões para realização de obras de melhoria do abastecimento.


Endereço da página: