Folha de S. Paulo


Justiça proíbe bloqueio dos acessos ao campus da USP em Ribeirão Preto

A USP Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) obteve decisão liminar na Justiça que proíbe os funcionários em greve a bloquearem os acessos ao campus.

A medida foi anunciada nesta quarta-feira (20) pela direção do campus –mesmo dia em que os grevistas bloquearam os acessos e fizeram manifestações.

De acordo com a assessoria da USP, a decisão judicial foi concedida no último dia 8 e prevê multa diária no valor de R$ 10 mil ao sindicato dos funcionários em caso de fechamento dos acessos.

Ainda segundo a assessoria, a Procuradoria-Geral da USP Ribeirão informou à Justiça nesta quarta o descumprimento da decisão pela direção do sindicato.

Luís Ribeiro de Paula Júnior, diretor do Sintusp (sindicato dos trabalhadores da USP), disse que o sindicato já havia sido notificado da decisão liminar e que, caso a Justiça determine a aplicação da multa, a entidade irá recorrer.

"A aplicação da multa é arbitrária. É nosso direito nos manifestarmos em greve", afirmou.

Segundo ele, um novo bloqueio deve ser feito na manhã desta quinta-feira (21), caso os dias parados tenham sido descontados. O fechamento da folha de ponto é feito até o final da tarde desta quarta-feira (20) e enviada à reitoria.

"Vamos nos manter concentrados na avenida do Café e pela manhã saberemos se houve estes descontos", disse.

PROTESTO

Na manifestação desta quarta-feira, os grevistas impediram a entrada pela avenida Bandeirantes e fizeram uma manifestação no portão da avenida do Café, retardando o acesso ao campus.

A fila de veículos ultrapassou 1 km e os motoristas aguardaram até uma hora e meia para entrar na instituição.

A greve dos funcionários que trabalham no setor administrativo da USP já dura 85 dias em Ribeirão.

Os trabalhadores entraram em greve no dia 27 de maio, contrários à proposta do reitor, Marco Antonio Zago, de não conceder reajuste salarial à categoria.

O reitor diz que a universidade enfrenta uma crise financeira, que tem como uma das principais causas um "erro de gestão" que "inflou" a quantidade de funcionários não docentes em vez de priorizar os que dão aulas.

Desde 2013, os gastos com folha de pagamento superam a totalidade do orçamento da universidade, que deve receber R$ 5 bilhões do Estado em 2014. Assim, a instituição tem sido obrigada a usar suas reservas financeiras.

O reajuste pedido por eles é de 9,78%. Os servidores, tradicionalmente, recebem aumento nos salários em maio -em 2013 foi de 5,39%.

Servidores públicos da Universidade de São Paulo e a reitoria da instituição se reúnem nesta quarta-feira em uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho. O objetivo é tentar pôr fim a greve.

Em São Paulo, PM e grevistas entraram em confronto na zona oeste na manhã desta quarta.


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