Após pressão de empresários e da Promotoria do Meio Ambiente, os vereadores de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) rejeitaram em votação na noite desta quinta-feira (13) o projeto de revisão do Plano Diretor da cidade.
O projeto foi derrubado com os votos de 17 vereadores, 13 deles da base de apoio à prefeira Dárcy Vera (PSD).
O governista Samuel Zanferdini (PMDB) disse que recebeu um telefonema da prefeita pedindo que a base aprovasse o texto. Ele votou contra.
"Disse a ela que não dava para votar [o projeto] como estava."
Zanferdini negou que a pressão da Promotoria ou dos empresários tenha influenciado seu voto.
Na manhã desta quinta-feira, os promotores Claudia Habib, Tânia de Andrade e Ramon Lopes foram à Câmara e conversaram com vereadores sobre a emenda que permitia a urbanização da bacia do córrego das Palmeiras 2, área de recarga do aquífero.
Eles são contra a medida. Um estudo ambiental de 2010 indicou a importância da preservação da área para permitir a infiltração de água da chuva como forma de abastecer o manancial subterrêneo.
Também nesta quinta, a diretoria regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) em Ribeirão Preto enviou um e-mail aos vereadores afirmando que as sugestões do setor empresarial não foram inseridas pela prefeitura no plano.
Após três audiências públicas, a prefeitura encaminhou o texto à Câmara em novembro do ano passado.
No documento enviado pelo Ciesp à prefeitura, a entidade sugere que o Plano Diretor preveja a criação de uma zona logística no entorno do aeroporto Leite Lopes, que neste ano deve começar a operar cargas internacionais.
Para o Ciesp, a região deve ser ocupada prioritariamente por empresas, que teriam na proximidade com o aeroporto uma vantagem competitiva.
O setor industrial de Ribeirão também pediu a inclusão no texto do projeto a destinação do entorno das rodovias para a instalação de empresas, também com o objetivo de facilitar a logísitica.
O presidente da comissão de Justiça e Redação da Câmara, Cícero Gomes da Silva (PMDB), afirmou que, se a prefeitura enviar um novo projeto de revisão do Plano Diretor, irá convocar audiências públicas para discutir o texto.