Folha de S. Paulo


Crise canavieira gera queda no PIB de duas cidades na região de Ribeirão Preto

Sertãozinho (333 km de São Paulo) e Matão (305 km), dois dos municípios da região de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) com presença da indústria sucroalcooleira na economia, tiveram queda no PIB (Produto Interno Bruto) em 2011.

O mau resultado de ambas vai na contramão das outras oito cidades, entre as dez maiores da região de Ribeirão Preto, que tiveram um crescimento médio de 8% naquele ano.

Sertãozinho sofreu uma retração do PIB, a soma das riquezas produzidas durante o ano, de 9%, e, Matão, de 16%, segundo estudo do IBGE divulgado nesta terça-feira (17).

O gerente-executivo do Ceise-BR (Centro das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis), Sebastião Macedo Pereira, afirmou que a falta de planejamento da matriz energética nacional e a retenção artificial do preço da gasolina prejudicaram a produção no campo, produzindo efeitos negativos nas indústrias do setor.

A indústria responde por 52% da economia de Sertãozinho, e por 65%, em Matão. Segundo Pereira, 80% da indústria de Sertãozinho é ligada ao setor sucroenergético.

"Em 2010, o apelo do etanol diminuiu com o [gás de] xisto nos Estados Unidos e o pré-sal já na fase avançada de implantação", disse.

De acordo com Pereira, o horizonte de menor demanda pelo etanol fez com que as usinas de açúcar e álcool do país passassem a investir menos nos últimos anos.

Isso, ainda conforme ele, teve como resultados a redução da produtividade do setor e a diminuição da necessidade de encomendas de novas máquinas.


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