Folha de S. Paulo


Incêndio derrete açúcar, contamina rio e desaloja 17 em Santa Adélia (SP)

O incêndio em um armazém de açúcar em Santa Adélia (371 km de São Paulo) provocou o derretimento do produto, a interdição de quatro residências vizinhas à construção e a contaminação do rio São Domingos.

O açúcar derretido formou um um líquido pastoso e em alta temperatura que vazou pelos muros do armazém e ameaçou as residências vizinhas.

Por isso, 17 pessoas de quatro famílias foram retiradas de suas casas por segurança e estão hospedadas em um hotel da cidade. Ninguém se feriu.

O fogo começou na manhã de sexta-feira (25) e só foi controlado neste domingo (27). Porém, ainda há riscos de novos focos de incêndios e explosões no local.

Como o muro do armazém não foi suficiente para barrar o açúcar derretido, foi preciso fazer barreiras de terra em frente a quatro casas vizinhas do armazém.

Segundo o engenheiro da Cetesb, José Mário Ferreira de Andrade, a contaminação atingiu cerca de 20 quilômetros do rio e vai provocar a mortandade de peixes.

Neste domingo, o nível de oxigênio na água era zero. O produto não é tóxico, mas esgota o oxigênio da água, segundo Andrade. "Por isso os peixes morrem", disse.

O armazém fica dentro de um porto seco na cidade. Segundo a assessoria da Agrovia, empresa que administra o porto, o incêndio começou na esteira de carregamento.

O galpão tem capacidade para armazenar 35 mil toneladas de açúcar. No momento do acidente estava com 28 mil toneladas, que foram derretidas pelo fogo.

O rio São Domingos nasce em Santa Adélia e deságua no rio Turvo. Tem 70 quilômetros que passam por Pindorama, Catanduva, Catiguá, Tabapuã e Uchoa --todos municípios da região de São José do Rio Preto (438 km de São Paulo). O rio não é usado para abastecimento público nessas cidades.

O porto seco de Santa Adélia tem ainda outro armazém, com capacidade para 30 mil toneladas. Os dois galpões recebem açúcar de dez usinas da região.

As 28 mil toneladas queimadas valem, no mercado, R$ 25 milhões, segundo cálculo da consultoria FG/Agro.


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