Folha de S. Paulo


Protestos mais recentes no Brasil não ficaram marcados por músicas

Apesar de entoar o "Grito de Guerra" e de ter usado frases de efeito (como a "vem pra rua, a luta continua"), as manifestações ocorridas no país no último mês não tiveram uma música símbolo, a exemplo das gerações que cantaram e gritaram "Pra não Dizer que não Falei das Flores" ("Caminhando e cantando / E seguindo a canção"), de Geraldo Vandré.

Segundo a historiadora e professora de Cultura e Representação da PUC-SP (Pontifícia Universidade de São Paulo), Yvone Dias Avelino, isso se explica pela velocidade com a qual o movimento se organizou e ganhou as ruas. "Elas [as manifestações] surgiram muito rápido, não deu tempo de amadurecer e de fazer um protesto mais musicalizado."

Yvone afirma ainda que tanto os movimentos quanto os artistas da atualidade são diferentes dos que protestaram nas décadas de 1960 e 1970, por exemplo.

"Os movimentos se organizavam dentro da arte em geral. E as músicas foram nascendo no próprio raiar do movimento", analisa.

A historiadora afirma que, na atualidade, o estilo musical que tem como foco o protesto é o rap por "manifestar o seu desamor pelo que está acontecendo". (PAULA FELIX)


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