Folha de S. Paulo


Motoristas decidem se greve de ônibus continua em Ribeirão Preto

A greve dos motoristas entra nesta quarta-feira (5) no terceiro dia, mas pode terminar em assembleia dos trabalhadores que vão discutir, por volta das 6h, a nova proposta feita pelo consórcio Pró-Urbano, responsável pelo transporte coletivo em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo).

Em audiência no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), em Campinas, os patrões ampliaram a proposta feita na segunda-feira (3). Dessa vez, segundo o presidente do Seturp (Sindicato dos Empregados das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Ribeirão), João Henrique Bueno, a greve deve acabar.

Ele classificou a proposta como "muito boa". Os patrões ofereceram 9% de aumento sobre os salários e 15% de reajuste do PLR --na segunda, foi oferecido 9% para a Participação nos Lucros e Resultados do consórcio.

Bueno diz que a tendência é que os motoristas aceitem a proposta, diferentemente do que se deu nesta terça-feira.

CONGESTIONAMENTOS

Como a cidade enfrentou nesta terça mais um dia sem os ônibus, a greve provocou transtornos no trânsito e atrapalhou a vida de quem depende do transporte coletivo: excesso de veículos, congestionamentos ainda maiores em pontos já críticos e mototáxis mais caros.

A Coopertáxi recebeu cerca de mil chamadas entre as 6h e o meio-dia, o dobro do normal. A cooperativa, que tem 80 veículos, admitiu que houve demora para os carros chegarem aos clientes devido à excessiva procura e, também, ao trânsito caótico.

Vias como Martinico Prado, Francisco Junqueira, Amin Calil, Independência, Meira Júnior e avenida do Café registraram congestionamentos além do normal.

Segundo a prefeitura, 120 mil pessoas são prejudicadas sem os 346 ônibus que circulam nas 117 linhas.

Para não perder o dia de trabalho, o jeito para alguns dos moradores foi improvisar com caronas. A auxiliar de cobrança Daniela Greppi, 32, mudou a rota diária para buscar cinco colegas na rodoviária central --quatro deles foram apertados no banco de trás de um Gol.

Uma empresa de telemarketing adotou outra alternativa para não ficar sem o serviço dos colaboradores. Uma van foi contratada para buscar os funcionários.

O atendente José Ailton Pereira Rossiter, 36, disse que a decisão foi tomada no dia anterior, quando a notícia de que a greve se prolongaria surgiu no trabalho.


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