Folha de S. Paulo


Paulo Altomani resgata bandeira de petistas em São Carlos (SP)

Ao apresentar o balanço de seus cem primeiros dias à frente da Prefeitura de São Carlos (232 km de São Paulo), o tucano Paulo Altomani disse nesta quarta-feira (10) que vai ressuscitar, com outro nome e formato, um projeto antigo de seus antecessores petistas, a Cidade da Energia.

O plano original, formulado em 2008 --no governo de Newton Lima (PT)--, previa a atração de grandes eventos e centros de pesquisa da área de biocombustíveis.

No mês passado, um dos principais parceiros da ideia, a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), anunciou que estava rescindindo o convênio com a prefeitura porque obras essenciais à infraestrutura do projeto, como a duplicação da vicinal Guilherme Scatena, estavam paradas pela dificuldade de obter licenças ambientais.

"Nós vamos separar os projetos", declarou Altomani. "Continuaremos buscando a duplicação da estrada vicinal, e teremos a Cidade da Tecnologia, que buscará atrair empresas de base tecnológica ao município."

Márcia Ribeiro-18.jan.2013/Folhapress
O prefeito de São Carlos, Paulo Altomani (PSDB), em seu gabinete
O prefeito de São Carlos, Paulo Altomani (PSDB), em seu gabinete

Segundo o prefeito, o interesse em estimular energias limpas continuará, mas com atenção especial a equipamentos para geração de energia eólica e solar.

'DOZE LONGOS ANOS'

Tanto Altomani quando o presidente da Câmara, Marquinho Amaral (PSDB), aproveitaram o balanço para atacar as gestões dos petistas Oswaldo Barba (2009-12) e do deputado Lima (2001-08).

"Pegamos um governo municipal que se estendeu por 12 longos anos e deixou os postos de saúde sem remédio, obras de escolas paradas, o funcionalismo em situação difícil", afirmou Amaral.

Sobre as realizações dos "primeiros 7% da nossa gestão", como preferia dizer, Altomani destacou o que vê como avanços na saúde e na educação. O município fechou acordo com a Santa Casa para a realização de cerca de 3.000 cirurgias eletivas (não emergenciais), para problemas como catarata, hérnias e doenças da vesícula, a um custo de R$ 9 milhões --remunerando a Santa Casa a um valor 1,8 vez maior que a tabela do SUS, declarou ele.

Segundo o prefeito, também já está acertada a instalação provisória da Fatec (Faculdade de Tecnologia de São Paulo) no campus 2 da USP São Carlos, com um primeiro curso de tecnólogo de automação mecânica, e uma parceria com a empresa Microsoft para o fornecimento de lousas digitais, laptops e sistemas de teleconferência com colégios no exterior para as escolas municipais.

OUTRO LADO

A assessoria de Barba --derrotado por Altomani nas eleições do ano passado-- negou a existência de problemas na saúde e no funcionalismo. Informou que foram deixados em caixa R$ 59 milhões para investimentos em obras e serviços.

A nota diz que todos os pontos apontados como falhos por Altomani foram amplamente discutidos durante as reuniões da comissão de transição.

"A alegação sobre problemas com médicos causa surpresa", diz o texto, porque o ex-prefeito "jamais tomou conhecimento de que funcionários deixaram de cumprir suas funções".

A assessoria de Barba ainda relembra que ele foi eleito "Prefeito Amigo da Criança" pela Fundação Abrinq.

"Uma administração que deixou em caixa, no seu último dia, R$ 59 milhões para investimentos em obras e serviços públicos que não sofreram descontinuidade", diz a nota, "não pode ser acusada de ter abandonado a cidade".

Ainda segundo a assessoria de Barba, a alegação de que a cidade estava "quebrada" ou "falida" "deve ser considerada um equívoco, falta de conhecimento ou ainda inexperiência em administração pública".


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