Folha de S. Paulo


Valter de Simone (1955-2017)

Mortes: Artista, viveu pela música sem almejar a fama

Desde menino, Valter de Simone já gostava dos palcos. Vestia figurinos que lembravam os ídolos da Jovem Guarda e interpretava artistas como Roberto Carlos e até Elvis Presley no colégio.

O incentivo veio do pai, que queria colocar os três filhos em contato com o mundo artístico. Arlete ficou com o balé. Claudio, com o piano. E Valter ficou com o violão –que não largaria mais.

Estudou psicologia, mas só para ter um curso superior, diz Claudio, porque sua dedicação mesmo era a música.

Tocou em bares, festas, casamentos e numa série de festivais pelo país, sobretudo entre os anos 1980 e 1990, sozinho ou com bandas que teve, como a Século 21 (na virada do milênio), ou a Pouso Alto –tradução para o português de Guapuã, dizia ele, nome da rua em que morava em Mirandópolis, bairro onde nasceu e passou a vida toda.

Todos sabiam, aliás, onde era a casa de Valter: bastava seguir o caminho da música, que podia ser ouvida a metros de distância, recorda-se o amigo Hamilton Rocha.

Mas nunca quis ficar famoso, diz o irmão. Gostava de compor e dar suas aulas de violão e canto, com as quais ganhou seu sustento.

Sua música "Eu Gosto" ("Gosto dos desesperados/Dos que são viciados/Das que são perdidas/Dos que sufocam/Escondem a ferida") virou curta-metragem, com atuação do próprio Valter.

Vítima de uma mielodisplasia, doença que atinge a medula óssea, Valter morreu no último dia 22, aos 62 anos. Deixa os irmãos Claudio e Arlete, a mulher, Cida, amigos e o cachorro, Esteves.

Arquivo Pessoal
Valter de Simone (1955-2017)
Valter de Simone (1955-2017)

coluna.obituario@grupofolha.com.br

-

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missas


Endereço da página:

Links no texto: