Folha de S. Paulo


Força Nacional chega ao Rio com 300 homens após aumento da violência

Ricardo Moraes/Reuters
Special Operations Battalion (BOPE) policemen aim their weapons during an operation in Alemao slums complex after violent clashes between policemen and drug dealers in Rio de Janeiro, Brazil May 4, 2017. REUTERS/Ricardo Moraes ORG XMIT: RJO01
Operação policial do Bope no Complexo do Alemão, na última quinta (4), terminou com três mortos

Diante do agravamento da violência no Rio de Janeiro, a Força Nacional chegou nesta terça-feira (9) com uma tropa de 300 homens –equivalente a 0,65% do efetivo da Polícia Militar fluminense.

As tropas chegaram durante a tarde ao Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças da Polícia Militar, em Sulacap, zona oeste da cidade. A unidade servirá como base para a Força Nacional em seu tempo no Rio.

Segundo o ministério da Justiça, os detalhes para emprego do novo efetivo estão sendo definidos em conjunto entre a Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Seseg (Secretaria de Estado da Segurança) do Rio de Janeiro.

Em nota, a Seseg disse que, por razão estratégica, o detalhamento da atuação das Forças vem sendo feito de forma reservada, "mas prioriza o controle dos índices de criminalidade e a atuação qualificada e integrada das polícias, reforçando as diretrizes de preservação da vida e dignidade humana".

Violência

Os 300 homens vão se somar aos 125 que já estão na capital desde dezembro, reforçando a segurança do Palácio Guanabara, sede do governo, e da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio) –atuam, por exemplo, em protestos de servidores contra cortes de Orçamento por parte do Estado.

O ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou a prorrogação do emprego da Força Nacional por 90 dias, a contar desta terça. O prazo poderá ser prorrogado.

Os ministérios da Defesa e da Justiça, junto com a secretaria de Segurança do Rio, dizem estar elaborando um plano de segurança para o Estado.

Em evento no Rio nesta segunda, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que o foco do plano será inteligência. "Precisamos saber onde está o comando do crime e agir cirurgicamente."

Ele disse que o socorro federal à segurança pública do Rio custa caro, e que não se pode gastar "em coisas que não são efetivas", citando como exemplo a ocupação do Complexo da Maré, conjunto de favelas na zona norte da capital. As Forças Armadas ficaram lá por 14 meses, até junho de 2015, mas o tráfico continua presente até hoje. "Quando saímos, o estado não entrou com um conjunto de serviços. O que aconteceu foi que aquilo [o tráfico] voltou."

O ministro está na Colômbia nesta terça (9), onde se reúne com representantes locais da área de segurança para falar sobre questões ligadas à fronteira, como tráfico de armas. Há a preocupação de que, com a desmobilização das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) no país vizinho, as armas usadas pelos ex-guerrilheiros acabem vindo para o Brasil.


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