Folha de S. Paulo


Francisco Magalhães de Sousa (1955-2017)

Mortes: Os sambas e as histórias de Chiquinho Vírgula

Foi ainda na infância, ao acompanhar amigos e irmãos em rodas de samba, que o carioca Francisco Magalhães de Sousa teve o primeiro contato com a carreira que seguiria no futuro –cantor e compositor.

Começou a trabalhar na adolescência como auxiliar administrativo. Longe do escritório, nas horas vagas, fazia composições que anos depois seriam gravadas por grandes nomes do samba, como Alcione, Fundo de Quintal e grupo Revelação.

Foi Zeca Pagodinho quem lhe deu a alcunha de Chiquinho Vírgula, como ficou conhecido. "Quando bebia muito, ele ficava torto como uma vírgula", recorda-se o amigo Samuel Marques.

No começo não gostou do apelido. Mas acabou adotando-o na carreira, que teve o auge nos anos 1980, após o Fundo de Quintal gravar sua música "Fases de Amor".

Apegado à família, queria voltar para a mulher, de quem estava separado havia 28 anos e com quem teve duas filhas. Ela era, aliás, musa inspiradora de muitos sambas que compôs, diz Marques.

Gostava de levar os netos para rodas de samba e costumava contar histórias sobre suas composições.

"Ele nos ensinou a curtir a vida da melhor maneira possível, ser otimista, estar ao lado de pessoas queridas", conta a filha Bárbara.

Tinha o sonho de gravar um álbum, mas não conseguiu terminá-lo. Morreu no dia 15, em casa, aos 61, vítima de um infarto, ao lado dos cadernos em que escrevia as composições. Deixa duas filhas e cinco netos.

Os amigos preparam o lançamento do disco póstumo para os próximos meses.

Arquivo Pessoal
Francisco Magalhães de Sousa (1955-2017)
Francisco Magalhães de Sousa (1955-2017)

coluna.obituario@grupofolha.com.br

-

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missas


Endereço da página:

Links no texto: