Folha de S. Paulo


Therezinha Deise Prado Antônio (1931-2017)

Mortes: Era professora dentro e fora das salas de aula

Therezinha tinha acabado de concluir a escola quando começou a dar suas primeiras aulas de alfabetização. Era final dos anos 1940 e ela tinha que seguir de bicicleta ou charrete até um sítio na zona rural da pequena cidade de Guará, no interior paulista.

Quase três décadas depois, a bicicleta deu lugar ao ônibus, levando Therezinha a Ribeirão Preto, também no interior de SP, para dar aulas, agora de graduação, no Centro Universitário Moura Lacerda.

Nascida em Jardinópolis, ela dedicou toda a vida à educação. Alternava os cursos que fazia com as aulas que ministrava. A cada nova formação era uma especialidade que poderia ensinar. Foi assim com o técnico em contabilidade, com a graduação em pedagogia e com os cursos de estudos sociais, trabalhos manuais, com o desenho. A viuvez aos 40 anos exigiu esse esforço dobrado.

Aposentou-se no início dos anos 1980, mesma época em que conheceu o segundo marido, o argentino Juan. Iniciou aí uma espécie de vida dupla: eram seis meses do ano em Guará, seguidos de seis meses em Buenos Aires.

Não importava qual era a cidade da vez, Therezinha "mantinha o jeito de professora primária das antigas", brinca o filho, Elias: séria, exigente, mas uma mãezona.

Mas, longe das salas de aula, gostava mesmo era de receber pessoas em casa. Contava histórias, mostrava fotos a amigos e parentes. Não era muito de cozinhar, mas sempre tinha um café ou um licor de jabuticaba para oferecer.

Morreu no dia 17, aos 85 anos, em decorrência de complicações pulmonares. Deixa os dois filhos e cinco netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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